sexta-feira, 27 de junho de 2008

É o fim do jornal impresso?




Já imaginou acordar num domingo de manhã e ouvir o entregador de jornais gritar, “olha o jornal, olha o jornal” e logo em seguida receber um chip por debaixo da porta?
Um estudo conduzido pela estudante do mestrado em política científica e tecnologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Sabine RighettiSe, diz que se o jornal impresso não se reinventar, vai acabar em pouco tempo, sendo substituído pela internet. Segundo o estudo, hoje o jornal já está meio sem função. Sabine observa que a internet é uma revolução tecnológica que ocorre em velocidade muito mais rápida em relação a outras evoluções de disseminação de informação e conhecimento.Os jornais online representam, sem dúvida, uma opção atrativa que ganha cada vez mais adeptos. Parte de 1 bilhão de usuários de internet no mundo demonstra que o gradativo uso desses jornais já é uma realidade. Eles oferecem uma rica comunicação visual, notícias publicadas em tempo real, considerável interação entre receptor e emissor, recursos multimídia, consumo individualizado e programado, que colabora para uma leitura feita do início ao fim. Um estudo do instituto norte-americano Poynter mostrou que os leitores online lêem 77% dos textos escolhidos, enquanto usuários de jornais convencionais lêem 62% do conteúdo que escolhem. É fato que os jornais online colhem seus justificáveis frutos, advindos também da capacidade de atrair publicidade.Mas, os impressos não deixarão de colher. Você deve conhecer alguém que se recusa a ler um webjornal e continua com a leitura dos jornais convencionais. Indivíduos teimosos? Não, apenas pessoas que se beneficiam da forma portátil e manuseável do papel e da leitura do impresso que é 30% menos cansativa que a feita através da tela. Mas, e as tecnologias que correm para unir vantagens?O moderno papel digital (dobra-se, sem que deixe de funcionar; só consome energia quando a imagem é alterada; é do tamanho de uma folha A4) ainda não está ao alcance de grande parte da população. Difícil saber quando estará. Outro fato é que esse "e-paper" já apareceu outras vezes, como há quatro anos atrás, só que de forma menos evoluída. Daí, ele rendeu algum dinheiro aos fabricantes e agora voltou. È preciso lembrar também que invenções e reinvenções nascem apenas com o potencial de conseguir demanda. Além disso, a preocupação em evoluir pode, por vezes, arruinar o esforço para "emplacar", mesmo que isso ecoe como contraditório.Por enquanto, o segmento que lê um impresso em praças, escritórios e universidades é representado por aquelas "pessoas teimosas" e até por usuários de jornais online, que podem fazer uso das duas opções. Podemos pensar: "esses agentes não poderão sustentar essa produção por muito tempo; é uma migalha". Pode até ser, apenas se acharmos que os impressos são "estáticos". Porém, existe outro ingrediente: adaptação. Palavra que é o maior impacto do jornalismo online sobre o jornalismo tradicional, que não assiste mudanças de "braços cruzados", como se não fosse também ator do contexto. Os impressos não morrem, porque se transformam, através de um processo contínuo, que não é uma autodestruição. No Brasil, em 1970-80, aconteceram modificações na produção jornalística. De maquinários antiquados, fabricação jornalística lenta e ainda com uma importância diminuída, devido à televisão e o rádio, os impressos passam para a informatização. Hoje, a discussão é outra e inquieta o lado tradicional, que ainda dirige uma cultura estratégica, que se adapta ao mercado. Adaptações são "saídas", que não podem ser ignoradas. Evidenciamos que os jornais tradicionais convivem sem problemas com as suas versões digitais, através de uma conciliação. Uma tendência: como o "furo" ganha mais chance de aparecer primeiro em jornais online, os convencionais podem voltar-se para produções mais investigativas e aprofundadas, que simulam um "jornalismo de revista". Essa é uma forma de "aliança indireta" entre online e impresso, visto que não é advinda das decisões de uma mesma empresa jornalística. Outro fato é que o tradicional tem corrido para apresentar informações com recursos visuais que também atraem o leitor. Enfim, são várias adaptações que originam efeitos positivos. O relatório anual da World Press Trends, da Associação Mundial de Jornais (WAN), por exemplo, diz que a distribuição global de jornais pagos cresceu 1,9% em 2006, em relação ao ano anterior e 8,7% em cinco anos; além de que o faturamento publicitário cresceu 4% em 12 meses. Mesmo que esse período de aumento possa estar dentro de uma contínua decadência, devemos nos voltar para a força operacional que os impressos denunciam. Um exemplo é o 60º Congresso Mundial de Jornais da WAN, que aconteceu no período de 2 a 6 de junho de 2007 na África do Sul e teve como tema geral: "Moldando o futuro dos jornais".

2 comentários:

William Araújo disse...

:: Eddy, muito bom lembrar quem está tratando dessa questão. Sai a pouco do 1º Enconto dos Professores de Jornalismo, no Estadão e parte da discussão com Ramon Salaverria foi justamente o fim do jornal, mas o Prof. Dr Coelho Sobrinho da USP fez questão de frisar que a questão não seria essa, e sim o fim do jornalismo.
Senti a falta dos links para o internauta navegar nestes dados, bem como algumas expectativas. Além disso, sem marcadores sua matéria dificielmente será encontrada neste blog.
@_@"
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webjorsuperacao disse...

:: Ops! Foi mals confundir o Cruz com o Eddy, mas isso ocorre porque o Cruz é D.C! hehehe.
Bom, para não perder a deixa, friso o que houvera dito a Maria Lúcia Santaella em sua obra Cultura das Mídias: As mídias até agora conviveram! No mundo digital elas precisam s-o-b-r-e-v-i-v-e-r!
@_@♫
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