domingo, 15 de junho de 2008

Jornalismo Cidadão: os dois lados da moeda

Até que ponto o cidadão-repórter colaborará sem receber?

Cada vez mais o termo “jornalismo cidadão” se torna comum no Brasil. A idéia de cidadãos fazendo notícia ganhou força nos últimos anos, principalmente com a popularização da Internet, que democratizou o acesso ao meio. Outras tecnologias, como ferramentas de edição e publicação na web e celulares com câmeras, também são fundamentais para a banalização dessa modalidade jornalística.

A idéia de jornalismo cidadão surgiu inicialmente nos Estados Unidos (Jornalismo Open Source) e consiste na produção de notícias por cidadãos sem formação jornalística, em colaboração com jornalistas profissionais. A prática de jornalismo cidadão, para aqueles que defendem a idéia, traz liberdade na produção e veiculação de notícias. A principal diferença em relação ao jornalismo tradicional é a estrutura sobre a qual é construída a notícia. Técnicas de lead e pirâmide invertida, por exemplo, são absolutamente ignorados.

Outro argumento utilizado pelos adeptos do jornalismo cidadão é a suposta liberdade de narração de que goza o produtor da notícia. Nessa modalidade jornalística é aceita, por exemplo, a narração em primeira pessoa, algo inimaginável para os padrões tradicionais de jornalismo.

No Brasil, diversos sites e portais ligados a grandes conglomerados de comunicação (como as fotos publicadas na coluna de Ancelmo Góis em O Globo ou a área Eu Repórter do Globo Online), já disponibilizam ao leitor a oportunidade de postar notícias e até imagens. Entretanto, em todos os casos, essas postagens passam por análise prévia de jornalistas profissionais. Já em sites independentes, como o Overmundo e o Mídia Independente, oferecem a possibilidade ao leitor de ver publicado, com 100% de fidelidade, o texto que postar.

Mas nem tudo são flores no mundo do jornalismo open source. Críticos da prática apontam a falta do princípio da isenção, teoricamente observada pelos jornalistas profissionais, na produção de notícias. Dizem ainda que muitos dos colaboradores desses sites, são ativistas de organizações não governamentais e que, portanto, o conceito da objetividade estaria comprometido.
Apesar de opiniões favoráveis e contrárias, o jornalismo cidadão existe, é fato e cada vez mais se torna presente no dia-a-dia das pessoas. Cabe às pessoas envoldidas, sejam produtoras, consumidoras de notícias ou ainda profissionais de jornalismo, cuidar para que essa modalidade seja mais uma forma de ajudar a melhor o mundo e facilitar a vida das pessoas.

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