sábado, 7 de junho de 2008

Vídeo: Aspectos que exigem uma linguagem própria

Sony PD 170: O matérial utilizado para as produções exige certas adequações na linguagem

Antes de situar o vídeo com mídia independente, alternativa ou qualquer outra coisa é importante situar o vídeo como uma forma de comunicação que está entre o cinema e a tv, como um meio que possui uma historia e uma linguagem própria, como um meio que não deveria ser tratado como novidade, mas como um recurso audiovisual de mais fácil acesso do que os outros dois citados.

Apesar de comentários como “a imagem cinematográfica e a televisual só diferem praticamente no tamanho” ou ainda “os textos respectivos do cinema e da televisão têm em comum todos os traços materiais pertinentes e importantes”, de Christian Metz, os três meios não são quase a mesma coisa.

As diferenças estão primeiramente na forma de captar as imagens o que ajuda a entender as linguagens diferentes. O vídeo é formado por imagens eletrônicas, que é a tradução de um campo visual para sinais de energia elétrica. Isso é obtido a custa de um retalhamento total da imagem em uma série de linhas de reticulas que podem ser varridas por um feixe de luz. Neste tipo de tecnologia a imagem é escrita, enquanto no cinema a imagem é gravada fixa, como uma fotografia. Em um filme a imagem é inscrita em fotogramas separados que entre um quadro e outro o obturador se fecha impedindo a entrada da luz e uma nova película virgem é empurrada pela abertura. Assim o cinema tem como base a fotografia. O vídeo se aproxima, neste aspecto, mais da televisão do que do cinema.

Isto talvez seja uma das explicações do cinema trabalhar com seqüências realista, o vídeo, por sua vez, possui ainda desvantagem com relação à definição de imagem, tendo uma qualidade inferior ao cinema. Limitação essa também apropriada em sua linguagem. É comum vídeos usarem planos muito próximos e as vezes usarem o recurso de associação de imagem, que consiste em se utilizar duas imagens para um terceiro significado.

O vídeo que surge com a Vanguarda Soviética, tem mais uma característica marcante: o local de exibição. Enquanto no cinema existe quase um ritual onde o telespectador se “apaga” da sua realidade e assiste ao filme sem interrupções externas, os vídeos são exibidos em salas onde o público pode simplesmente estar de passagem, exigindo assim historias não lineares.

Apesar de presente na vida de quase todas as pessoas mesmo assim continua pouco conhecido sendo considerado vídeo apenas o aparelho que serve para assistir aos filmes clássicos do cinema. Filmes como O Bandido da Luz Vermelha de Glauber Rocha ilustram bem o que foi dito acima com relação à linguagem audiovisual e apesar de se misturar com outras linguagens vale a pena considera-lo como uma mídia independente e especifica.

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