domingo, 6 de abril de 2008

Jornalismo On-line?

Site da CNN: credibilidade e tradição a favor da audiência
na internet.
Na sequencia, um exemplo brasileiro, a Folha On-Line.

O relatório The State of the News Media 2008, produzido pelo Project for Excellence in Journalism sobre o jornalismo/mídia americano, é um estudo vasto e bem detalhado, que trouxe resultados curiosos nesse último ano, principalmente no que diz respeito ao jornalismo on-line.

De acordo com a pesquisa, a internet mudou profundamente o jornalismo, mas não da maneira que se esperava. Acreditava-se que com ela, haveria a democratização da informação, oferecendo novas vozes, histórias e perspectivas. O que se vê, porém, é que a agenda continua limitada, com os sites de notícias oferecendo as mesmas informações, muitas vezes pautados pelos textos apropriados do impresso. Com isso, mesmo tendo novos meios de acesso à informação, hoje os americanos consomem mais o que é produzido pelas redações da mídia tradicional do que antes.

Esse dado se confirma através da lista dos dez sites noticiosos de maior audiência, que em sua maioria, já são consagrados na televisão e no meio impresso, como CNN, com 29,1 milhões de visitantes únicos por mês em 2007, ou The New York Times, com 14,7 milhões. No Brasil, a cena é a praticamente a mesma. Prova disso é a própria pauta relativa a esse assunto, aproveitada do impresso de domingo do Estado de S. Paulo para site do periódico, e a Folha On-line, que veicula todos os dias um número muito maior de textos produzidos para o impresso do que propriamente para a internet com linguagem adequada.

O principal desafio do jornalismo on-line hoje é o de se desvincular do meio impresso e se aproveitar das vantagens que a internet dá, de agilidade na veiculação de informações e das possibilidades multimidiáticas. Hoje o que se vê é um trabalho ainda mal desenvolvido daquelas características básicas propostas por George Landaw de centralidade, intratextualidade, intertextualidade, navegação e interatividade, próprios da linguagem webjornalística. Mas nada que o tempo não possa transformar através da especialização dos profissionais e a utilização da tecnologia a favor do bom jornalismo.

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