domingo, 20 de abril de 2008

Chavões e lugares comuns do jornalismo

O público está cansado dos lugares comuns e chavões do jornalismo

É comum ligar a TV na véspera dos feriados prolongados e se deparar com o repórter entrevistando um policial rodoviário em alguma estrada que está engarrafada. E as perguntas para o entrevistado são sempre as mesmas, como por exemplo: "quais as dicas que o senhor dá para o motorista fazer uma viagem tranqüila? ". Temos também as famosas matérias nas datas comemorativas, que são sempre as mesmas todos os anos.

Estas são as famosas "pautas frias" do jornalismo, frequentemente usadas. Existem também os chavões e frases feitas, usados principalmente no jornalismo esportivo. Frases como "clássico é clássico e não há favorito" e coisas do tipo são comuns nos programas de esportes. Mas é comum também ouvir dos jornalistas chavões como "o bandido estava fortemente armado". Alguém já ouviu falar que um bandido estava "fracamente" armado?

Alguns padrões do jornalismo são imutáveis, porém, em algumas ocasiões falta ousadia para fugir dos lugares comuns. Será que não é possível abordar os assuntos de outros modos que não sejam sempre os mesmos? Um dos maiores desafios do jornalista é se reiventar o tempo todo, buscar pautas e assuntos inovadores. Ou mesmo pegar essas "pautas batidas" mencionadas, e aborda-las de outra maneira, com outra visão.


Um exemplo de jornalista que sempre buscar inovar é Marcelo Tas. Seu programa atual na Rede Bandeirantes, o CQC (custe o que custar), está fazendo sucesso por que buscou algo diferente, sua linguagem é inovadora e agradou o público. Mesmo sendo uma adaptação de um programa argentino, não havia nada parecido com o CQC no jornalismo brasileiro. Marcelo Tas percebeu isso, e trouxe o formato para cá; ousou e inovou.

É bem mais fácil se apoiar nas velhas pautas e conceitos para cumprir o deadline, mas o bom jornalista é aquele que enxerga além do que os outros enxergam, se reinventa e sempre traz algo de novo e interessante para o público.

3 comentários:

webjorsuperacao disse...

Capodeferro, muito boa sua abordagem, pois além de original neste blog, também traz à tona algo com o qual o jornalismo pouco se preocupa.
Suas referências são apropriadas, especialmente quando remete a texto que fala do Claudio Júlio Tognoli e seu trabalho sobre a Sociedade dos Chavões.
Uma evolução disso, deduzo, esteja no termo criado por Dawkins, ou seja a meme. Ele diz, na obra de Epstein (Divulgação Científica:96 verbetes), que "meme" é "qualquer unidade de transmissão cultural ou qualquer unidade de imitação". Não vou me prolongar, mas fica aí uma contribuição e a certeza de que a curiosidade para saber sobre a meme vai por certo levá-lo a outras saídas.
@_@"

Aline Campos disse...

Thiago, gostei muito do seu texto, afinal ele trata de um assunto muito importante e interessane. Foi escrito de uma forma leve e agradavel, bem propria para textos na web. Esse tema deveria ser mais abordado nas salas de aula, pois assim poderiamos ter mais profissionais pensando de forma inovadora.
Parabéns!

Kauana Mahara disse...

EU JÁ NÃO GOSTEI. HUA.
Brincadeira Thi.

Gostei também, embora, ache de extrema importância dar ênfase em algumas palavras, como exemplo "fortemente" armado.
É válido sempre atrair o leitor, não precisa chegar no extremo de sensacionalismo, mas levemente. Como exemplo, seu texto.