Ziraldo e Jaguar causaram polêmica ao receberem indenizaçãopor 'prejuízos" causados pelo regime militar
Na última semana, foi noticiado que os jornalistas Ziraldo e Jaguar receberam R$ 1 milhão em indenizações pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, alegando prejuízos que sofreram com a perseguição política durante o regime militar. Os dois trabalhavam no Pasquim na época da ditadura, quando o jornal sofreu forte repressão por crititar o regime militar.
Além deles, Carlos Heitor Cony e Ricardo de Moraes Monteiro também receberam tal indenização. Essa atitude gerou polêmica na imprensa. Profissonais como Marcelo Tas e Reinaldo Azevedo criticaram a postura desses jornalistas. Ziraldo se defendeu dizendo que "Aos que estão criticando, falando em bolsa-ditadura, estou me lixando. Esses críticos não tiveram a coragem de botar o dedo na ferida, enquanto eu não deixei de fazer minhas charges. Enquanto nós criticávamos o governo militar, eles tomavam cafezinho com Golbery".
Mas o fato é que eles lutaram contra o regime militar por uma questão ideológica, por que era o que tinha que ser feito na época. Uma das funções da imprensa é fiscalizar e cobrar as mudanças necessárias e, uma vez que você se habilita a exercer tal função, está sujeito a represálias, ainda mais numa ditadura.
Portanto, não há sentido em "cobrar prejuízos" 30 anos depois. Ninguém luta por uma causa ou uma ideologia encarando isso como um investimento financeiro ou pessoal. É como diz Reinaldo Azevedo no final do texto em seu Blog: " Há uma certa incapacidade de considerar, por exemplo, que lutar ou não lutar — por uma ideologia ou mesmo contra uma ditadura — é, antes de tudo, uma questão de escolha. E temos de arcar com o peso de nossas escolhas."
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