terça-feira, 15 de abril de 2008

O JORNALISMO ESPORTIVO É JORNALISMO?

Técnico da seleção brasileira, Dunga, participa do programa Esporte em Debate da Rádio Bandeirantes


O jornalismo esportivo pode ser considerado como uma especialização que lida com alto grau de risco de imparcialidade. O exemplo está no futebol, pois os profissionais que lidam com este esporte têm um time do coração, fato que pode trazer a uma parcialidade indesejável.

Então, se pensa que esta vertente não pode ser considerada como jornalismo. O comentarista Paulo Vinícius Coelho, da ESPN Brasil, diz que o profissional de comunicação que lida com o esporte corre dois riscos. O primeiro é se deixar mover pela paixão. Já o risco maior “é enxergar em si próprio razão mais nobre para o interesse do público do que para o esporte”. Este último caso lida com o ego do jornalista, que acha ser mais notícia que o próprio fato.

No artigo da revista Placar, “Os bastidores do jornalismo esportivo”, Juca Kfouri diz que há uma grande confusão. “Não se sabe se o sujeito é jornalista, principalmente em rádio e TV, que alcançam grandes massas.” Isto se deve ao fato da amizade criada entre os profissionais dos dois lados.

Se os aspectos a serem analisados forem estes, o esporte, principalmente o futebol, não pode ser tratado como jornalismo. Imparcialidade, objetividade e textos que fazem o leitor pensar são deixados de lado. Mas ainda assim, algumas emissoras de rádio – Bandeirantes, Jovem Pan e Record – e outras de tevê – Globo, Sport TV e ESPN – tratam a notícia esportiva como qualquer outra, com a devida apuração dos fatos e textos precisos.

É claro que o esporte lida com a paixão e, portanto, pode ser descontraído, mas tratado com seriedade. Por isso, os jornalistas devem ser hábeis para mexer com a paixão do torcedor e deixarem a sua de lado.

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