Cada um na sua: A polícia investiga, a promotoria denuncia, a justiça julga. Ao jornalismo, cabe apenas informar.
Mais um crime que choca o país. Uma criança de cinco anos é atirada pela janela do sexto andar de um prédio, em São Paulo. Os principais suspeitos, os próprios pais. O povo clama por justiça. Um fato que é intensamente explorado pela mídia, especialmente os telejornais, que por sua vez, destacam equipes exclusivas para a cobertura do crime. Para os sensacionalistas, um prato cheio.
A polícia, por sua vez, está cautelosa. Procura utilizar o termo "custódia" para se referir ao pedido de prisão preventiva do casal Alexandre Nardoni e Anna Claudia Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella. E todo esse cuidado se justifica. Pois foi também em São Paulo, há 12 anos, que aconteceu um caso de condenação prévia por parte da polícia e da mídia. A inevitável comparação com o caso da Escola Base.
Na época, todos os indícios levavam a crer que os proprietários abusavam sexualmente das crianças, mas depois, ficou provada a inocência dos acusados. As marcas deste erro, porém, são sentidas até hoje pelo casal, que teve sua vida arruinada.
Alexandre Garcia, durante o Bom Dia Brasil de ontem, foi muito feliz no comentário, e alerta: "Cabe à polícia apurar a autoria do crime, a promotoria denunciar e a justiça julgar. A nossa missão, a do jornalismo, não sensacionalismo, é informar o trabalho das instituições; é mostrar fatos crueis e brutais como este, de modo que eles não se repitam." Resta saber se o jornalismo, assim como a polícia, nesse caso, também aprende com os erros do passado.
Em outras palavras, cada um na sua, e que o pedido da mãe de Isabella se confirme: "Que a justiça seja feita", mas pela justiça, não pelas capas dos jornais.
A polícia, por sua vez, está cautelosa. Procura utilizar o termo "custódia" para se referir ao pedido de prisão preventiva do casal Alexandre Nardoni e Anna Claudia Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella. E todo esse cuidado se justifica. Pois foi também em São Paulo, há 12 anos, que aconteceu um caso de condenação prévia por parte da polícia e da mídia. A inevitável comparação com o caso da Escola Base.
Na época, todos os indícios levavam a crer que os proprietários abusavam sexualmente das crianças, mas depois, ficou provada a inocência dos acusados. As marcas deste erro, porém, são sentidas até hoje pelo casal, que teve sua vida arruinada.
Alexandre Garcia, durante o Bom Dia Brasil de ontem, foi muito feliz no comentário, e alerta: "Cabe à polícia apurar a autoria do crime, a promotoria denunciar e a justiça julgar. A nossa missão, a do jornalismo, não sensacionalismo, é informar o trabalho das instituições; é mostrar fatos crueis e brutais como este, de modo que eles não se repitam." Resta saber se o jornalismo, assim como a polícia, nesse caso, também aprende com os erros do passado.
Em outras palavras, cada um na sua, e que o pedido da mãe de Isabella se confirme: "Que a justiça seja feita", mas pela justiça, não pelas capas dos jornais.
3 comentários:
Eddy, falo por experiência. Trabalho na TV aqui da região e é exatamente isso que ouço todos os dias dos policiais na ronda (ronda é o momento que a gente liga para DPs, PMs, Bombeiros e afins para saber se foi registrada alguma ocorrência de relevância). Nós temos que colaborar uns com os outros, mas cada qual com seu trabalho.
O jornalista tem característica de investigador, é da nossa natureza ser curioso e querer buscar respostas, mas infelizmente, às vezes nossos colegas de profissão atropelam os fatos e divulgam informações precipitadas e julgamentos errados. Vide caso Escola Base.
Que façamos nós o trabalho de apuração, de acompanhamento das investigações, e de colaboração. Dessa forma é muito mais fácil manter o contato com policiais, investigadores e profissionais do gênero, pois gera respeito mútuo. Do contrário fica até mais difícil para o jornalista que cobre essa área.
É bem por aí, Milena. O problema começa justamente quando, da ânsia de convencer o público, acabamos exagerando na dose e cometendo excessos. É a linha tênue que separa o sensacional do sensacionalismo. Pois um fato pode ser narrado de maneira sensacional, mas não sensacionalista.
Aí também entra a discussão sobre o envolvimento emocional do jornalista com o fato narrado...
Mas isso já é assunto para um novo post. Fica aí a sugestão!
Postar um comentário