sábado, 27 de setembro de 2008

Corinthians e Internacional : novembro de 2005


Chatão e sua bandeira fizeram sucesso na decisão

<ensaios narrativos>

Ao pensar sobre o que escrever neste ensaio, me veio na cabeça a idéia de contar uma história que aconteceu comigo no ano de dois mil e cinco, mais precisamente no mês de novembro. Era reta final do campeonato Brasileiro e meu time estava em primeiro lugar na tabela. Empolgado, decidi fazer uma excursão, com a ajuda de dois amigos de Perdões (Bom Jesus dos Perdões – SP) e esta história pode ser contada assim:

DIA DE JOGO

Desde o dia dois de novembro daquele ano, muitos perdoenses estavam ansiosos para que chegasse logo o dia vinte. No começo do mês, dezenas de cartazes divulgavam uma excursão que sairia neste dia da frente da Igreja Matriz da pacata cidadezinha do interior paulista. O destino: Estádio do Pacaembu para assistir ao duelo decisivo entre Corinthians e Internacional, pelo Campeonato Brasileiro de Futebol.
Segundo os organizadores Rodrigo, Juliano e Lula, houve uma grande adesão dos corinthianos para irem ao jogo; mais de setenta pessoas estavam na lista dos interessados em uma semana, porém dessas pessoas pouco mais de vinte já haviam pago o valor de R$ 30,00 referentes ao ônibus e ao ingresso para o jogo.
Tudo parecia estar muito bem encaminhado quando no dia doze veio uma das noticias que começaria a desandar a maionese dos Corinthianos de Perdões: Haveria limitação no número de ingressos disponíveis para a excursão.
A principal torcida organizada da equipe paulista, a Gaviões da Fiel, que havia prometido os ingressos, informou aos organizadores da excursão que o número de ingressos disponíveis seria trinta, o que lhes causou grande frustração, uma vez que em dois dias foram vendidos mais trinta que totalizavam cinqüenta.
E agora ? Como cortar as pessoas que já pagaram? Essa era a pergunta que os organizadores se faziam.

BIG BROTHER TIMÃO

Das setenta pessoas interessadas, cinqüenta haviam pago, então, quem não tinha pago já estava fora. Mas a organização precisaria devolver o dinheiro de vinte pessoas para fechar em trinta e o critério foi o seguinte: Primeiro: pessoas de Perdões tinham prioridade. Como foram vendidos alguns para pessoas de Atibaia e Nazaré Paulista, esses foram os primeiros eliminados; segundo: Afinidade. Por se tratar de uma cidade pequena, onde as pessoas se conhecem mais, foi dada preferência para parentes, amigos e os mais conhecidos dos organizadores; e em terceiro: a ordem da compra. Esse último, que não precisou ser utilizado, dava preferência a quem comprou primeiro.

ENFIM O GRANDE DIA

Domingo, dia vinte de novembro de 2005, por volta do meio dia sob estouros de rojões, as duas VANS com os trinta e um corinthianos partem sentido ao estádio do Pacaembu.
Um dos mais ansiosos era o Zé Babão, figura conhecida da cidade. Corinthiano fanático, daqueles chatos mesmo, por volta dos 25 anos de idade era a primeira vez que ia assistir a um jogo no estádio.
As latinhas de cerveja davam o ânimo da viagem aproximadamente 70 km. Todos gritavam e batucavam os coros de incentivo ao time nos estádios fazendo com que a viagem passasse logo.
Ao chegar na praça Charles Muller, porta do estádio, Chatão e sua famosa bandeira com a imagem de Carlitos Tevez e os dizeres: “Carlitos el Rei” faziam a festa dos coritnhianos, que não perdiam a oportunidade de posar para fotos ao lado da bandeira.
Luquinhas, irmão do Laerte, que arriscou ir junto com a turma, mesmo sem o ingresso, tentava em vão comprar sua entrada através de cambistas e ao ver um homem desembolsando 320,00 reais por dois ingressos (na bilheteria custava 15,00 cada um) resolveu ficar de fora.
Vale lembrar da situação dos times: o Corinthians era o líder até então com 77 pontos seguido do próprio Internacional com 74, ou seja, a três rodadas do fim do campeonato, uma vitória alvinegra colocaria um ponto final na disputa pelo título, e uma vitória colorada poria fogo no campeonato a duas rodadas do fim.
Dentro do Estádio a Fiel Torcida Corinthiana fazia a festa para empolgar o time soltando balões e erguendo bandeiras que de tão grandes cobriam a visão de milhares de torcedores.

O JOGO

O Corinthians começou pressionando a defesa do Internacional, e criando suas melhores oportunidades pelo lado esquerdo, tanto que chegou a acertar a trave em um chute de Gustavo Nery. Porém a pressão Corinthiana foi abafada pela forte marcação do Internacional, que conseguiu segurar um pouco o time do Corinthians que dependia das jogadas de Carlitos e Nilmar.
Quando voltou a tocar a bola o Timão chegou ao Gol. Aos trinta e sete minutos do primeiro tempo após bela jogada pela direita, Carlos Alberto chutou e a bola desviou na zaga, sobrando para Carlitos empurrar para dentro.
No segundo tempo, o Corinthians poderia ter matado o jogo com duas boas chances desperdiçadas por Carlitos e Carlos Alberto. Em seguida em uma das poucas vezes em que teve liberdade, o atacante colorado Rafael Sobis não perdoou, com um belo chute de fora da área empatou o jogo colocando mais um pouco de água na cerveja dos perdoenses que lá estavam. A partir do gol de empate o Inter era só pressão. Com cruzamentos laterais buscando a cabeça do atacante Fernandão, a equipe visitante causava calafrios nos corinthianos. Este quadro só mudou quando, em um lance duvidoso.O jogador Tinga caiu na área corinthiana pedindo pênalti. O arbitro da partida Marcio Resende de Freitas, interpretou que houve tentativa de ludibriar a arbitragem e puniu o jogador com o cartão amarelo, que por ser o segundo, resultou na expulsão de Tinga. Com a sua saída restou ao Internacional segurar o Corinthians que mesmo com um homem a mais não soube refletir a vantagem numérica em gols, fazendo os perdoenses voltarem para casa com a cerveja aguada.

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