sexta-feira, 9 de maio de 2008

Jornalismo: Responsabilidade Social


Segundo Max Weber o jornalista pertence a uma espécie de casta de párias, que é sempre estimada pela `sociedade' em termos de seu representante eticamente mais baixo. Daí as estranhas noções sobre o jornalista e seu trabalho. Nem todos compreendem que a realização jornalística exige pelo menos tanto `gênio' quanto a realização erudita, especialmente devido à necessidade de produzir imediatamente, e de `encomenda', devido à necessidade de ser eficiente, na verdade, em condições de produção totalmente diferentes.

A primeira obrigação do jornalismo é a verdade. 2. Sua primeira lealdade é com os cidadãos. 3. Sua essência é a disciplina da verificação. 4. Seus profissionais devem ser independentes dos acontecimentos e das pessoas sobre as que informam. 5. Deve servir como um vigilante independente do poder. 6. Deve outorgar um lugar de respeito às críticas públicas e ao compromisso. 7. Tem de se esforçar para transformar o importante em algo interessante e oportuno. 8. Deve acompanhar as notícias tanto de forma exaustiva como proporcionada. 9. Seus profissionais devem ter direito de exercer o que lhes diz a consciência.
De acordo com os autores, afastar-se desses princípios significaria o mesmo que desertar do jornalismo. Da mesma forma, Cremilda Medina (1982: 24) entende que a rejeição ao caráter especial da profissão representaria um certo complexo de inferioridade do jornalista que ainda ``não se convenceu de seu papel social e rejeita em bloco esse trabalho de estiva, de pequenos grãos de areia perdidos no deserto''.

A imagem do jornalista como mediador neutro, distante (e superior) aos jogos de interesse da sociedade, estaria subjacente ao ideal de objetividade na profissão. Segundo Moretzsohn (2002), é a partir desse ideal que os jornalistas vão preservar suas práticas profissionais das pressões políticas e econômicas. Sob discurso da objetividade, o jornalista aparenta o que não é (alguém que influencia os próprios acontecimentos) e assegura seu lugar como autoridade independente, capaz de fiscalizar os atos do governo perante a sociedade.

O mito do jornalismo objetivo é essencial para a compreensão da idéia de responsabilidade social do jornalista. É ele quem marca a passagem do jornalismo panfletário do século XIX para o `jornalismo profissional'. Michael Shudson (1995: 107-108) ilustra bem esse momento com um trecho de ``What is reporter?''. No artigo, Shudson analisa a biografia de dois mitos do jornalismo norte-americano, os repórteres.

Palavras- Chave:Jornalista,sociologia profissional e identidade profissional.

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