segunda-feira, 24 de março de 2008

IMPARCIALIDADE & LIBERDADE NO JORNALISMO


Imparcialidade no jornalismo ou sua “possível” existência é complicado discutir, afinal o assunto é um tanto quanto delicado. Muitos vêem isso como falta de opinião ou escolha e há constantes dúvidas se esta imparcialidade realmente existe. Bem, se ela se aplica ou não, isso independe para um bom jornalista. A bem da verdade é que ele deve sempre averiguar os dois lados, o famoso “dois pesos e duas medidas”, com objetivo de interpretar o acontecimento, de modo que haja clareza para seus leitores. Ao escrever uma matéria deve-se apagar seus próprios conceitos sobre o assunto a ser abordado. E, posteriormente deve-se haver uma pesquisa dos lados, até que tenha conhecimento dos fatos igualitariamente. O jornalista deve se neutralizar diante dos fatos.


Porém, não se deve esquecer que por trás um texto, há um cidadão, que tem liberdade de falar o que sente e o que pensa. E no caso do jornalista, ele não conquista a liberdade para se expressar e sim ele já nasce com ela. O que torna sua vida ainda mais difícil. O único compromisso de um jornalista é com a verdade que é passada ao seu público. E, com isso sabe-se que pode-se pagar um preço muito alto pela liberdade assumida. O que com o tempo se tornará um costume, apenas um mero detalhe. Esse tipo de situação aparecerá inúmeras vezes. O jornalista que não se arrisca, não tem crédito. Mas, para falar de imparcialidade é óbvio que deve-se falar também de liberdade. A liberdade que desafia e instiga e que ao mesmo tempo impõe limites, pois tem que ter a apuração dos fatos, tem que ocorrer o policiamento de si, objetividade e rigidez nas informações, antes de torná-las públicas. É claro que, diante disso, não se pode ficar preso à perfeição o tempo todo. Jornalista também erra. Antes de estar ao lado da imparcialidade, o jornalismo anda lado a lado com a liberdade, que é o ponto de partida desta carreira. Ambas caminham juntas. O que torna um desafio na carreira do comunicador social. A liberdade é de suma importância, vem do jornalista, é dele. Já a imparcialidade pode demonstrar apenas o posicionamento de veículo de comunicação para o qual o jornalista trabalha, assim se privando de comentários maldosos.


Infelizmente a liberdade de imprensa acaba sendo “corrompida”, especialmente em época de eleições ou até mesmo por aquele que exerce o poder e aí, não fica dúvidas que esse veículo acabará tomando um único rumo, chegando à parcialidade. E, é difícil dizer que muitos jornalistas também seguem o mesmo caminho, perdendo seu princípio de liberdade, jogando ao léu a imparcialidade que muitas vezes ele próprio tanto defendeu. Perde-se sua ideologia, se afeta a ética que deveria ser cumprida perante seu público. E aí não existem muitas saídas: ou você alia-se à chamada imprensa marrom ou joga fora seu diploma de jornalista, que um dia te fez jurar que seria verdadeiro perante àqueles que confiavam, que através de você, alguma coisa mudaria.

Um comentário:

webjorsuperacao disse...

Camila, vamos por partes:
1. Uma coisa é imparcialidade;
2. Outra é liberdade
Como usar a liberdade para ser imparcial é a chave da atividade jornalística,mas por vezes é aí onde mora o perigo!
Em 2002, o prof, Dr. Bernardo Kucinski ouviu nopós-graduação da USP, de jornalistas de mercado, que estavem cabsados de serem cobrado eticamente. Isso está no texto "Uma nova ética para um novo jornalismo"
Leia e diga-me como sairás dessa encrenca!