quarta-feira, 19 de março de 2008

Você, repórter

Diante de um fato inusitado, será que todos são jornalistas?

A internet é uma grande aliada na divulgação do material que você produzir ou captar. Com uma câmera ou um celular na mão, fica fácil publicar imagens em blogs, flogs ou vlogs. E se quiser escrever, opinar, reclamar, o que for, colocar seu texto em um blog, um fórum, uma comunidade. E quando surgir uma oportunidade de gravar uma entrevista ou palestra, compartilhar o que foi dito com outras pessoas, é facilitado quando distribuirmos o áudio por meio de um podcast. Participar de um site wiki, que permite a qualquer pessoa editar o conteúdo. Há diversas formas de interagir. Você pode, agora você é o editor, inclusive tem-se possibilidade de criar um destes espaços online de comunicação e administrá-lo.

Existe um grande campo de atuação, pode ser o repórter da vez. É cada vez maior o número de páginas de notícias que possibilitam a seus usuários a chance de publicar seus “furos” de reportagem. A cada dia o jornalismo aumenta sua capacidade de ser massivo e interativo ao mesmo tempo. Fatos que seus antepassados não possibilitavam. Como o telefone, por exemplo, é interativo porém não massivo, o jornal impresso é massivo não interativo. Bem esses conceitos são passiveis de mudanças, as mesmas já estão a caminho.

O jornalismo cidadão (como é o nome correto dessa forma noticiosa), já entrou para nosso cotidiano, mesmo que a gente não saiba que ele leva esse nome. Ele fica bem visível quando há um fato de repercussão internacional, como foram os atentados a bomba no metrô e em um ônibus em Londres, em julho de 2005. Todos os veículos tradicionais – TV, rádio, jornais, revistas – mostraram o material produzido pelas testemunhas, pessoas que não são jornalistas e produziram notícia naquele momento.

De uma forma muito simplificada, pode-se dizer que você se transforma em um cidadão jornalista quando toma a iniciativa de divulgar uma informação. Tudo pode virar notícia: de reunião com amigos a enchente. Sempre haverá um público interessado no que você produzir, mesmo que seja um número reduzido de pessoas.

A interatividade sem dúvida é marca registrada nas navegações na internet. Por exemplo, Howard French, do New York Times , chama atenção para o amplo público que consegue atingir o maior jornal online da Coréia do Sul, um dos países em que a população tem mais acesso à internet – 70% dos lares têm conexão de banda larga. O sítio OhmyNews (o nome vem da exclamação inglesa "Oh my god!") chega a ter índices de 14 milhões de visitantes diários num país com 40 milhões de habitantes. Ele conta com 41 funcionários que produzem cerca de 20% das notícias. O restante é enviado pelo público. Os colaboradores recebem um pequeno pagamento de acordo com o destaque que recebe sua notícia. Reportagens mais delicadas são checadas.

Um comentário:

webjorsuperacao disse...

Camara, realmente o jornalismo cidadão veio para ficar. Ocorre que o grande problema está na especialização necessária para que se enxergue o mundo com olhos livres.
Um cidadão comum certamente pode ter a percepção aguçada, ver mais que um repórter e até pode escrever melhor. Mas o mesmo pode estar escrevendo sem a preocupação de que aquilo que expõe ajuda a forjar um cenário:
1. Com pessoas que colaboram e não ganham à altura para isso, portanto um quebra galho;
2. Cria a figura do especialista-jornalista que a emu ver é o estrategista por excelência.
cabe observar se vão pagar o salário que o mesmo merece!
3. Uma saída em andamento é a autonomia via blogs de jornalistas e mesmo redes especializadas.