domingo, 24 de maio de 2009

Perigo ou oportunidade?

Ideograma chinês para representar "Crise"

O jornalismo vive uma fase de grandes transformações ou adaptações, dependendo do ponto de vista, assim como viveu com o advento do rádio e, depois de muito tempo, da tevê. Atualmente, é o fenomenal avanço da internet que causa alvoroço e também origina muitas polêmicas. Se antes cogitavam o fim do meio de comunicação em si, o rádio decretando a morte do jornal impresso, e depois, a tevê sendo culpada pelo fim do rádio, agora são ainda mais contundentes, decretam logo o possível fim do jornalismo.
As opiniões daqueles que se propõem a escrever sobre o polêmico tema divergem e muito. No blog Mera Doxa, o artigo intitulado de “O fim do jornalismo?” afirma que a profissão de jornalismo vem perdendo a sua importância devido o maior acesso que as pessoas têm à informação, e fala também da forte tendência do conteúdo que é gerado pelo próprio consumidor, citando como exemplo o caso da revista de turismo Everywhere, feita exclusivamente pelos leitores. Em contraponto, o artigo “Será o fim do Jornalismo?” postado no blog www.POSSE.pt defende que nada superará o jornalismo, nem mesmo a febre do “bloguismo”. Para isso, ele expõe a diferença entre blog e jornalismo e entre blogueiro e jornalista. Segundo ele, o blog pode servir como uma ferramenta que complementa o jornalismo, isso quando o blogueiro for o próprio jornalista.
Sem dúvida, o jornalismo hoje não é mais o que era ontem, da mesma forma como o modo de se obter informações nos dias atuais é diferente de antigamente. Antes, quando o cidadão queria saber as novidades, bastava passar uma tarde debruçado na janela “proseando” com quem aparecesse na rua, agora, basta conectar seu notebook e navegar por 15 minutos para ficar sabendo o que aconteceu em qualquer parte do mundo. Ou seja, é impossível ignorar as transformações provocadas pela tecnologia. E com o jornalismo não pode ser diferente. O crescimento do número de blogues e de conteúdo gerado por pessoas “comuns” são fatos que não podem ser subestimados. Contudo, é necessário perceber como isso pode ser utilizado de maneira positiva, ou seja, pensar em como essa nova realidade pode beneficiar o jornalismo e não se concentrar apenas nos prejuízos causados.
Neste momento de turbulência, em que pairam tantas dúvidas e incertezas, cabe aos próprios profissionais jornalistas defenderem o seu ofício. O jornalismo possui uma função social que não pode ser esquecida ou desvirtuada. A primazia do bom jornalista deve ser levar a população a maior qualidade da informação, não importando através de qual meio. Para refletir sobre isso o artigo do site www.POSSE.pt diz que “Não é jornalista quem quer, mas sim quem nasceu com vocação e faz, a cada dia, todos os esforços para obter uma melhor informação”. Assim, só depende de quem faz o jornalismo decretar o seu fim ou quem sabe um recomeço.

Um comentário:

webjorsuperacao disse...

Domísio, muito bom seu texto, aliás com remissão a fontes que ajudam a entender este momento!
wpa