terça-feira, 19 de maio de 2009

O blog na era da cibercultura


Pode-se dizer que
boom dos blogs com conteúdo jornalístico ocorreu no dia 11 de setembro de 2001, logo após o atentado terrorista às torres do World Trade Center. De acordo com a Pew Internet Project, os ataques terroristas geraram o maior tráfico aos sites tradicionais de notícias da história da internet. Muitos desses sites não suportaram a demanda e acabaram ficando sem sistema, o que gerou uma busca desenfreada por informações em e-mails, blogs e fóruns. Ao mesmo tempo em que as pessoas tentavam acessar os sites da grande mídia indisponíveis, estes tentavam, ao menos nas primeiras horas, não comprometer o governo norte-americano, tarefa que ficaram ao encargo dos milhares de blogueiros e leitores que passaram a buscar fontes alternativas de informações.
Segundo o sociólogo e especialista em cibercultura André Lemos, “uma das mais importantes características dessa generalização da conexão é
liberação do pólo da emissão.” Depois de séculos vendo os meios de expressão e comunicação sendo controlados por uns poucos, os indivíduos se entusiasmam com a possibilidade de eles mesmos poderem produzir e veicular informação. A socióloga Paula Jung Rocha afirma que “a publicação de blogs teria o caráter de mostrar o que não está sendo foco da grande mídia.”
Este novo tipo de se fazer notícia vem se mostrando um modelo favorável ao chamado jornalismo cívico. Segundo
Paula Rocha, isso se deve ao fato de que, com os blogs, o jornalismo público está sendo feito pelo público, e não por grandes empresas com interesses comerciais.
O blog é a maneira mais democrática de expressão, já que não é feito um controle do conteúdo a ser enviado aos leitores. Mas é preciso refletir nos dois lados dessa moeda: o de que o jornalismo é feito por pessoas qualificadas, que realmente conhecem o assunto sobre o qual estão escrevendo e, assim, beneficiam a população de leitores como um todo; e o lado da moeda em que se encaixam aqueles que, de algum modo, prejudicam a atividade jornalística, tanto por não terem o conhecimento necessário para tal atividade, quanto pelos que tentam imprimir uma tomada de atitude da população em benefício próprio, e não em benefício geral.

Nenhum comentário: