Com a padronização, jornalistas tendem a se tornar meros códigos, sem muito a acrescentar
Ela se arruma pro primeiro dia de aula. Calça e camiseta básica para mostrar seu jeito de ser: não se mostrar.
Inicio de mais uma turma de comunicação social. Cento vinte alunos na sala. Dali a algum tempo imagina-se saírem jornalistas, publicitários e radialistas. Profissionais que assim como todo profissional bacharelado exige muito mais do que quatro anos de estudo. Muito mais...
No decorrer dos primeiros dias de aula, a exemplo do que acontece na escola primária, quando perguntam o que você quer ser quando crescer vem a pergunta adaptada para o modelo universitário, “por que estão aqui”?.
Aquela menina, ainda desconcertada num canto da grande sala espera ansiosa pelas mais surpreendentes respostas. Idéias, sonhos, projetos, ideais. Não, nada disso!!! A maioria dos alunos afirma estar ali por gostar de falar.
“Hummm??? Será que para ser um comunicólogo basta uma boa conversa, um bate-papo? Será que tô no meio de um bando de papagaio? Gostar de falar é a base para definir uma profissão?” são alguns dos pensamentos que sondam pela cabeça da quieta e questionadora aluna, que logo se convence de bloquear esses pensamentos, afinal é só um inicio e não se pode questionar algo que mal se conhece. Universidade, sonho de tanta gente. Deve ser algo muito maior, é só uma questão de tempo.
Dias, meses e anos passam. Pessoas, projetos e sonhos também passam. De tudo que foi aprendido, fica a maior lição: não fuja a regra. E esta também surge como sua maior dificuldade. Ela, que nunca teve talento pra exatas, vê que humanas não é tão humana assim. É algo meramente técnico.
Regra pra escrever, regra pra segurar o microfone, regra pra falar, regra pra apresentar, regra pra diagramar, regra pra postar, regra de comportamento, regra de cumprimento, regra, regra, regra...Um tecnicismo que não se restringe a documentos. A padronização surge como regra de profissão.
Ela não mais sorri a todos. Ela não é tão cordial e gentil quanto seus companheiros de cela (ou sala ?). Por algumas vezes sarcástica. Não tem o preço de seus amigos. Não é indicada ao mercado, como deveria. Talvez seu valor não seja mesmo assim tão fácil de calcular.
Mesmo contra a vontade, ela esforça-se para aprende a entrar na forma. Nessa forma, ela se enquadra nas legislações, nos posicionamentos impostas e nas tarefas expostas. Mas seus desejos, sonhos e idéias ainda restam do lado de fora. Ela sabe que ainda há tempo para resgatá-los.
Enquanto se adapta a este ambiente, corre para preparar a roupa para mais uma apresentação de projeto: calça e blusa social, para não fugir à regra.
Inicio de mais uma turma de comunicação social. Cento vinte alunos na sala. Dali a algum tempo imagina-se saírem jornalistas, publicitários e radialistas. Profissionais que assim como todo profissional bacharelado exige muito mais do que quatro anos de estudo. Muito mais...
No decorrer dos primeiros dias de aula, a exemplo do que acontece na escola primária, quando perguntam o que você quer ser quando crescer vem a pergunta adaptada para o modelo universitário, “por que estão aqui”?.
Aquela menina, ainda desconcertada num canto da grande sala espera ansiosa pelas mais surpreendentes respostas. Idéias, sonhos, projetos, ideais. Não, nada disso!!! A maioria dos alunos afirma estar ali por gostar de falar.
“Hummm??? Será que para ser um comunicólogo basta uma boa conversa, um bate-papo? Será que tô no meio de um bando de papagaio? Gostar de falar é a base para definir uma profissão?” são alguns dos pensamentos que sondam pela cabeça da quieta e questionadora aluna, que logo se convence de bloquear esses pensamentos, afinal é só um inicio e não se pode questionar algo que mal se conhece. Universidade, sonho de tanta gente. Deve ser algo muito maior, é só uma questão de tempo.
Dias, meses e anos passam. Pessoas, projetos e sonhos também passam. De tudo que foi aprendido, fica a maior lição: não fuja a regra. E esta também surge como sua maior dificuldade. Ela, que nunca teve talento pra exatas, vê que humanas não é tão humana assim. É algo meramente técnico.
Regra pra escrever, regra pra segurar o microfone, regra pra falar, regra pra apresentar, regra pra diagramar, regra pra postar, regra de comportamento, regra de cumprimento, regra, regra, regra...Um tecnicismo que não se restringe a documentos. A padronização surge como regra de profissão.
Ela não mais sorri a todos. Ela não é tão cordial e gentil quanto seus companheiros de cela (ou sala ?). Por algumas vezes sarcástica. Não tem o preço de seus amigos. Não é indicada ao mercado, como deveria. Talvez seu valor não seja mesmo assim tão fácil de calcular.
Mesmo contra a vontade, ela esforça-se para aprende a entrar na forma. Nessa forma, ela se enquadra nas legislações, nos posicionamentos impostas e nas tarefas expostas. Mas seus desejos, sonhos e idéias ainda restam do lado de fora. Ela sabe que ainda há tempo para resgatá-los.
Enquanto se adapta a este ambiente, corre para preparar a roupa para mais uma apresentação de projeto: calça e blusa social, para não fugir à regra.
Texto: Monise Hernandez
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