quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Expectativas e surpresas de uma entrevista

Predio de esquina da rua Paim

Após diversos encontros com especialistas na área de psicologia, era preciso encontrar-se com o personagem principal do tema escolhido pelo grupo prisma, as travestis. Juliana, integrante do grupo, prontificou-se em realizar o contato e agendar uma entrevista com a presidente do Instituto Aphroditte Fernanda Moraes. Em contato descobriu-se que toda a quarta-feira o Instituto com apoio do Centro de Referencia de Combate á Homofobia realizavam uma reunião com as travestis da rua Paim. Assim ficará marcado o encontro:
- Juliana, nós começamos a reunião às 14h, fica na rua Paim, 211 na Bela Vista, próximo da estação de metro Anhagabaú ou da Consolação, espero por vocês. Informou Fernanda.
Com a entrevista marcada, a elaboração de perguntas foi o próximo passo. Porém muitas dúvidas ainda existiam na mente da repórter-estudante, dúvidas sobre o tema, de como portar-se, como abordar itens delicados e enfim, dúvidas de como conseguir um depoimento verídico de forma natural.
Grupo avisado, encontro marcado. Entretanto, devido ao horário de estágio, fez se necessário o atraso de uma hora.
– Preciso avisar a Fernanda que chegaremos depois das 15h. pensou a aluna da UMC.
– Alo, Fernanda, é a Juliana, então...chegaremos um pouco mais tarde na reunião...
– Ficaremos aqui apenas até ás16h...
– Tudo bem...
Grupo reunido e a caminho do encontro. Uma grande expectativa do que será encontrado. Todos da Luz para a Linha Verde do metrô. Estação Consolação.Bairro Bela Vista. No meio da Av Paulista em São Paulo, com tanto edifícios enormes e esplendorosos, imagina-se que o local da entrevista será um lugar luxuoso, as travestis serão politizadas e ativistas em prol do movimento. Continua a caminhada...a estação não é tão próxima...o grupo pede orientação e desce a rua Frei Caneca.
Em uma esquina, que até parecia abandonada, com prédios em um péssimo estado de conservação e com um visual totalmente diferente da Av. paulista localizamos a rua Paim. Prédio 211, na cor amarelo desbotado, portão aberto, um corredor longo com pouca luz, chegam até o elevador. 9º andar.
Toda a arquitetura do local é antiga e o local da reunião é o último apartamento do corredor da direita. A porta está aberta. Dentro está Fernanda , Solange do Centro de Referência e Claudia mais conhecida como Coca. As apresentações são feitas e Juliana ,como chave no contato, começa a conversar de forma mais descontraída e de repente o entrosamento grupo-fonte está feito.
A entrevista segue, algumas correções são feitas quanto à nomenclatura usada pelos alunos, muitas dúvidas esclarecidas e uma questão pertinente, que somente em contato com o personagem principal, percebe-se que o tema ultrapassa as barreiras da sexualidade e trata-se da exclusão de um ser humano. De um ser que está excluído em diversos âmbitos e necessita de ter auto-estima, estar em interação social, fazer tarefas socialmente reconhecidas, ter acesso á informação.A entrevista-aula termina todos saem com uma nova visão sobre o tema. Todos conscientizados que o trabalho será longo , mas com uma frase em mente “Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende" Leonardo Da Vinci

Um comentário:

webjorsuperacao disse...

::Jù, pensei que vc fosse falar mais da experiência em si! Descrição de ambiente, etc. Mas será que a conversa prévia e o plano é mais importante quando o fazer se faz necessário!?
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