quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Os bastidores de um jornal impresso

O dia-a-dia é corrido, mas prazeroso


Pela primeira vez em um jornal, a experiência vivenciada por Nina Regato em 2008 foi ao menos instigante. Convidada para integrar a equipe de um jornal semanal que seria lançado em Mogi das Cruzes no dia 4 de maio deste mesmo ano, a estudante de jornalismo participou desde a elaboração do projeto editorial com a editora, Vanice Assaz, e um repórter também convidado até a primeira vez que o Sete saiu às ruas.

O veículo impresso é gratuito e começou já com tiragem grande, 40 mil exemplares, e por ser novo, os anúncios eram poucos e, o trabalho, bastante. Com experiência apenas de assessoria de imprensa, as matérias eram bem diferentes do que as que tinha feito e presenciado. A começar pela proposta do jornal, dirigido para a classe C (renda familiar de até dez salários mínimos), os textos a princípio deveriam ser de no máximo 1500 caracteres quando fosse abre de página, com informações básicas.

Sete meses depois, a equipe continua a mesma, no entanto, o jornal não é mais restrito a Mogi das Cruzes. Atualmente circula em Suzano, onde tem sucursal com duas repórteres, Itaquaquecetuba, Guararema, Salesópolis, Biritiba Mirim e tem 65 mil exemplares auditados mensalmente. A equipe de redação vive lutando contra os inúmeros anúncios e tentando levar para os leitores o maior número possível de informações e, para isso, as matérias de abre, que eram de 1500 caracteres, agora devem ter no máximo 1200 e, assim como as notas, somente informações essenciais.

As matérias são selecionadas todas as segundas-feiras, nas reuniões de pauta e cada um leva as pautas que pretende fazer durante a semana. Nessas reuniões todos estão presentes, os estagiários das outras cidades e as repórteres de Suzano. Todos entram no rodízio de páginas e não existem pautas diferenciadas para repórter e estagiário. Quarta ou quinta as matérias devem estar na rede para que a editora confira e passe para a arte e diagramação. Na sexta-feira as páginas estão adiantadas, Nina faz a revisão de todas elas e corrige com a diagramadora. Depois de pronto, ajuda na elaboração das chamadas de primeira página.

A idéia do dono é fazer com que o tablóide continue gratuito e semanal. Helvio Magalhães Alcoba Junior, com o sócio Nelson Tanure, dono dos jornais Jornal do Brasil e Gazeta Mercantil, investem na qualidade do produto. O Sete é impresso na gráfica Plural, em São Paulo, a mesma que roda a Folha de S.Paulo, nas madrugadas de sábado para chegar no Alto Tietê e ser distribuído nos bairros aos domingos pela manhã. Em alguns pontos das cidades a distribuição é feita às segundas.

As editorias, bem como o projeto gráfico, foram criadas de acordo com pesquisa feita no começo do ano que informou quais eram os assuntos de interesse e desinteresse do público-alvo. Baseado nesses dados é que o Sete é feito semanalmente.

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