William Araújo
Apesar de não acreditar na eternidade e entender que um dia vai desaparecer, o arquiteto Oscar Niemeyer foi lembrado neste 15 de dezembro, seu 100º aniversário. O merecimento é notório e aqui esse registro serve não só para mostrar como os dois maiores jornais de São Paulo o homenagearam no ambiente virtual.
O Estado de S. Paulo simplificou ao máximo o que fez exemplarmente nas páginas impressas, colocando material reduzido sobre a grandeza do mestre da escultura no concreto. Já a Folha de S.Paulo, a partir de sua galeria de imagens slide show, remete para uma outra camada procurando valorizar todo o material do aniversariante.
Merecem ser visitadas e comparadas, a partir da navegação proposta. O Estadão praticamente coloca textos de apresentação e remete para outras matérias relacionadas à vida de Niemeyer, a partir de duas tags —Niemeyer e arquitetura. Outro ponto a destacar é a impossibilidade de se postar os parabéns, haja vista ser possível apenas para assinantes.
No caso da Folha de S. Paulo, os recursos de navegação por meio de links são variados e a disposição de material fotográfico em slide show e vídeo são complementados pelo banco de dados existentes sobre o arquiteto centenário. A interatividade possibilitada para esta publicação especial da UOL ocorre somente por meio do envio da mensagem, sem direito a comentários.
Esta comparação em nada descredibiliza as publicações, mas permite ver como certos temas são ou não valorizados no papel e no ambiente virtual.
Quanto a Niemeyer, pelo que ele mesmo pensa sobre a vida, a homenagem sem dúvida ganha destaque pela contradição que deixa implícita: valorizando o pessimismo, mostra-se muito mais otimista que seus contemporâneos e familiares, haja vista não apreciar o passado, mas sim o futuro. Segundo o Caderno Especial do Estado de S. Paulo, reproduzindo pensamento do aniversariante, o mesmo jamais esqueceu o que disse certa vez o camarada Antonio Gramsci: “Otimismo é a melhor maneira de não fazer nada”.
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