domingo, 24 de agosto de 2008

Atletas chorões chamam a atenção

Fotomontagem de Alex Freitas para o Aliás, sobre fotos da AE e Reuters

“Choramos em todas as circunstâncias previstas numa competição: nas classificações e desclassificações, nas vitórias e derrotas. Fizemos de Pequim 2008 um interminável lacrimatório”, diz o crítico de cinema Sérgio Augusto, no texto "Pouca medalha, muita lágrima" (Aliás, 28-8-08), observando o fato de os atletas brasileiros nas olimpíadas de Beijing, desta safra, estarem bastante sensibilizados diante das competições.

Isto foi tão marcante que mesmo as TVs de um modo geral pautaram em determinados momentos a inserção de algum psicólogo ou analista especializado. É uma pena que o acesso ao texto de Aliás seja apenas para assinantes." Há estudos que mostram os atletas enquanto ídolos ou ícones que servem de exemplo para outras pessoas. Essa responsabilidade é colocada à enésima potência em uma competição mundial. Houve até quem pautasse o fato de os atletas brasileiros não terem acompanhamento psicológico continuado, mas sim apenas durante estas competições.

Ao que tudo indica, os dirigentes e mesmo os investidores parecem apostar na resistência plena dos atletas. Esta variável deixou claro que investimento continuado no atletismo e nos esportes deveriam ser melhor pensados. Ou, como diz Augusto, “Quem poderia prever que o ídolo chinês Liu Xiang ficaria fora da competição? Azar da Nike, da Coca-Cola e do Visa.” A seu ver, quem parece ter tirado proveito dos choros foram as emissoras de televisão.

Prova de que o Brasil prefere recorrer ao imediatismo destes eventos, modelo que as empresas também preferem adotar está nos dados oferecidos pelo jornalista na referida matéria:“A Jamaica, imbatível nas pistas de corrida, dona de 30 medalhas quando o Brasil contabilizara apenas 8, tem um PIB que equivale à metade do PIB do Maranhão. O segredo do seu sucesso, das suas cinco medalhas de ouro? Investimento maciço na formação de atletas. A maioria das escolas jamaicanas tem um programa de pista em seu currículo.”

A partir disso, caberia novos entendimento sobre o choro dos atletas brasileiros, que viajam para defender a pátria sem o devido preparo. Que qualidade de choro devia surgir diante desta triste constatação !?

Via Estadão, versão pdf

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