terça-feira, 22 de abril de 2008

Jornalismo sensacionalista

Uma das manchetes do jornal Notícias Populares

O jornalismo sensacionalista está muito evidente nas mídias. Hoje mais do que nunca, as empresas jornalísticas distorcem e/ou manipulam informações transformando realidades que são medíocres, em “realidades” mais atrativas e fascinantes ao olhar do telespectador.

Essa maneira de se fazer jornalismo, não é de agora. O grande marco foi em 15 de outubro de 1963 com o surgimento do Notícias Populares (NP). Ele foi um dos jornais mais polêmicos e populares produzido no país. Por falta de matérias, alguns assuntos eram inventados. Um exemplo disso foi a história sobre um suposto nascimento de uma criança, com aparência de demônio, em são Bernardo do Campo, no grande abc. A história foi retro-alimentada pela população, que via o bebê diabo em telhados, na rua e até tomando táxis. A exploração da imagem do ser humano em situação depreciativa, humilhante, tinha espaço garantido nas manchetes do veículo. As edições esgotavam nas bancas.


Mesmo com a extinção do NP, hoje ainda podemos ver na TV exemplo de profissionais que utilizam do sensacionalismo. O jornalista Datena, programa Brasil Urgente (Band) e o Geraldo Luís, programa Balanço Geral (Record), embora sejam de emissoras diferentes, ambos possuem as mesmas características ao abordar os fatos. Há quem diga que o Geraldo do programa Balanço Geral é uma cópia do jornalista Datena. Mas isto não convém a ser discutido, o que é quero mostrar é que as emissoras procuram uma maneira de atrair o público. Sendo assim, o sensacionalismo é o método mais fácil de obter êxito ou mesmo o ibope esperado.

Não podemos enquanto público deixar que este tipo de jornalismo continue, pois os meios podem sentir-se ‘viciados’ por esta técnica e como aconteceu no Notícias Populares podem criar histórias falsas, causando grandes transtornos a sociedade. Deste modo o senso crítico precisa estar cada vez mais aguçado para que tenhamos segurança quanto ao valor da informação e não cometamos erros ao fazer pré-julgamentos de determinados assuntos.

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