terça-feira, 15 de junho de 2010

A caminhada do jornalista de internet

É preciso que o jornalismo crie uma identidade com o universo online



Mesmo com toda a grandeza da internet e os incalculáveis avanços da tecnologia, o ciberespaço ainda é um ambiente novo para o jornalismo. Sites jornalísticos, redes sociais, ferramentas, posicionamento, interatividade e outras tantas peculiaridades da web só começaram a ser amplamente estudadas há cerca de dez anos, o que é bastante recente para a análise de uma nova ciência.
Neste meio em que as mudanças e transformações acontecem em alta velocidade e, muitas vezes, de forma desordenada, o “Manual de Laboratório de Jornalismo na Internet” é uma aposta para tentar delinear a atuação dos jornalistas na web. Escrito por Marcos Palácios e Beatriz Ribas, ambos pesquisadores sobre o segmento, o manual é como uma cartilha que ensina os primeiros passos sobre um dever. Neste caso, o dever do jornalista de se adaptar e entender o jornalismo na internet.
Para tornar o aprendizado dinâmico e contextualizado o livro foi disponibilizado gratuitamente, na íntegra, pela internet. Todo o material apresentado é discutido junto à propostas de exercícios, que visam levar o jornalista a prática e a reflexão do conceito. O manual é dividido em três partes, de modo a formar um caminho para o jornalista trilhar na web.


Ferramentas
As ferramentas citadas pelos autores ajudam não somente o jornalista, mas todo cidadão que deseja usar a internet como espaço de discussões e informação. Em treze exercícios os autores identificam como diagnosticar materiais de seu interesse e criar e reproduzir peças jornalísticas (edição de vídeos, slideshow, gráficos, mapas, site,entre outros).
Nesta primeira parte a lição básica é saber como controlar as publicações cibernéticas a nossa dispor. Por isso, o livro propõe vários mecanismos para que o internauta possa realizar uma espécie de Raio-X das atividades que lhe são pertinentes. O sistema GOOGLE ainda lidera na disponibilidade dessas ferramentas. Muito mais do que o maior site de busca do mundo, através de uma conta no GOOGLE o usuário pode ter acesso a diversos serviços. Ao aderir ao GOOGLE READER, por exemplo, o internauta pode ter fácil acesso as atualizações de seus blogs favoritos. Como a blogosfera está em latente expansão é necessário objetividade ao selecionar a leitura, e através do suporte do GOOGLE READER o usuário consegue isso.
Já para quem possui um blog, uma ferramenta essencial é o GOOGLE ANALYTICS. O serviço é usado para medir o alcance do seu blog. Através desse sistema, o usuário consegue detectar a quantidade de visitas em seu blog, como outros internautas chegaram até o domínio e, até mesmo, quanto tempo as pessoas permanecem em seu blog. Estes recursos são muito utilizados por grandes sites e portais, e custa caro, mas com o GOOGLE ANALYTICS você consegue esses dados sem custos.
Para encerrar o capítulo, os autores ensinam formas de editar fotos e vídeos sem a necessidade de programas de edição, utilizando apenas sites como PICNIK.

Características
Se tem uma coisa clara na era da internet, são as suas características: hipertextualidade, multimidialidade, interatividade, personalização de conteúdo, memória e atualização contínua. Porém, essas ainda não estão totalmente dispostas no jornalismo de internet. É difícil um site conter todos os elementos peculiares da web. Até mesmo os autores do livro se confundem em algumas especificações. Iniciam o capítulo dizendo que a web, ao contrário de todos os outros meios não possui limite técnico, o único limite é a capacidade humana em gerar e produzir conteúdo.Já no capítulo que descrevem exclusivamente sobre memória, afirmam que a web possui um espaço praticamente ilimitado.
Contradições à parte, a verdade é que o novo caminho para o jornalismo na internet será marcado pela interatividade e pela hipertextualidade. Discursos fragmentados e interligados a diversas outras informações traduzem a dinâmica da web.
E nem só de jornalistas é feito o jornalismo na internet. O jornalismo cidadão, espaço que os internautas tem de mandar fotos e textos sobre algo que presenciaram cresce com força total. Os maiores portais do país já aderiram a técnica.

Prática na web
Ao chegar ao último capítulo do livro, se o jornalista realizou os exercícios propostos, já tem significativo domínio sobre o jornalismo de internet. Na abordagem final do livro, mesmo diante da apresentação de algumas técnicas, o conteúdo leva o leitor à reflexão. Assuntos como a criação de títulos jornalísticos, captura de fontes, encontro de pessoas são alguns dos assuntos já pertinentes ao universo do jornalista e que não deixaram de existir na internet, porém, de novas maneiras. Exemplo disso é o site DEAD OR ALIVE, fácil método de saber se uma pessoa está viva ou morta.
O que é importante frisar é que a tecnológica no jornalismo não é uma ruptura dos padrões jornalísticos utilizados até aqui. O jornalismo de internet é uma continuidade do processo jornalístico, uma vez que muitos das tradicionais técnicas continuam a serem utilizadas como apuração, escrita, grandes reportagens, ilustrações gráficas, etc. O entendimento geral é que o jornalista da atual geração precisa ser um profissional multimídia, interagir e dialogar com o público por meio de diferentes programas, softwares, mentalidades e disposições.

domingo, 6 de junho de 2010

Nova realidade midiática exige profissional polivalente

O jornalista multimídia é a personificação da convergência

O jornalismo atual em muito se difere daquele praticado durante a fase romântica da profissão: passamos da máquina de escrever ao universo tecnológico que agregou ao cotidiano do jornalista diversas plataformas antes desconhecidas. A convergência dos meios de comunicação trouxe consigo um novo desafio: é preciso se dissociar de um meio específico, apurando fatos para noticiá-los em diferentes formatos.
Hoje o jornalista não é mais aquele que conhece apenas as técnicas de redação, entrevista e reportagem: ele precisa ter intimidade com diferentes tecnologias. Ao fazer um vídeo ou registrar uma foto, deve saber manipular e tratar esses arquivos no computador, selecioná-los e publicá-los de acordo com o que a plataforma exige.
Para acompanhar essas mudanças, o Ministério da Educação (MEC) elaborou novas diretrizes curriculares para a graduação em jornalismo. A Federação Nacional do Jornalistas (FENAJ) contestou a expressão "jornalista multimídia", usada no relatório do MEC sobre o currículo das faculdades, pois afirma que se trata de um profissional "multitarefa", que acumulará funções nas empresas.
Vale lembrar que ser jornalista multimídia não significa trabalhar com webjornalismo ou aglomerar mídias diversas em uma única matéria: é preciso que haja uma narrativa sistematizada, na qual os meios dialoguem entre si. Assim, embora dominar as técnicas seja importante, os conhecimentos sólidos sobre a prática jornalística é que atribuirão a credibilidade e na qual deve se sustentar o jornalismo em tempos de convergência.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

sua felicidade depende de:

... da felicidade alheia, pois não dá para ser feliz vendo tantas tragédias!

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Qual a coisa mais importante pra se levar quando for se perder numa ilha deserta?

Um manual de sobrevivência que tenha tudo o que ainda não pude ver. Assim reconstruirei as cidades a partir de minha mente!

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Mande isso para todos os seus followers: O que você roubaria de mim?

Uma vez com alguém, não tendo a roubar, mas compartilhar —interacionismmo simbólico.

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o que o senhor prefere: jornalismo de bolso ou de mochila?

Nem um nem outro, pois agora é o de mão e de outras esferas, haja vista a tal mobilidade.

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Se você pudesse conversar com Deus por 5 minutos, que perguntas faria?

Com que finalidade criou tudo isso, e efetivamente até que ponto somos deuses, uma vez que não pode haver ninguém igual ou superior a Ele.

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seguindo professor !

Opa, só se segue quando há certa identidade com o outro! Grato!

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terça-feira, 13 de abril de 2010

LIFESTREAMING: tudo em um lugar só


A web foi feita para conectar pessoas e não computadores; nasceu para ser uma rede de pessoas e não de máquinas

Francine Marcondes / Patrícia Toni

"É um registro online das atividades diárias de uma pessoa, tanto via feed direto de um vídeo [lifecasting], quanto o conteúdo online da pessoa, como posts em blogs, atualizações em redes sociais e fotos online." Assim é definido o lifestreaming por Paul McFedries, no World Spy, site de sua propriedade que é dedicado à busca e compilação de novas palavras e frases.

Em outras palavras, é um canal agregador que condensa todos os outros canais (twitter, flickr, facebook, youtube) em um único lugar, de onde é possível ver, ler e ouvir tudo que uma pessoa criou, e também mostrar aos outros tudo o que criamos. Esses sites que permitem juntar toda informação do que estamos fazendo na rede são quase um feed RSS, mas que pertencem somente a uma pessoa.

Além dos exemplos claros de lifestreaming, como FriendFeed e Tumblr, podemos ter uma noção de seu significado através do mini-feed do facebook. Ele funciona como uma espécie de linha do tempo de todas as suas atividades online. Esta nova ferramenta está mudando a maneira como participamos das redes sociais, gerando debates sobre as questões que vão de praticidade à violação de privacidade.

Há discussões sobre os prós e contras dessa ferramenta online que, apesar de facilitar a vida de quem procura seguir pessoas e acompanha e gosta do que aquela pessoa posta, fala ou faz, também pode ser considerada futuramente uma invasão de privacidade, já que tem como pretensão a função de empreender todas as vicissitudes de sua vida (online ou não).

Se por um lado o sistema de lifestreaming procura facilitar o uso de todas as redes sociais, por outro tende a confundir os usuários. As redes, por mais que se pareçam, têm objetivos e funções diferentes. Envolvê-las em um único contexto pode misturar assuntos que, muitas vezes, seriam mais facilmente entendidos cada um em seu espaço. Redes como twitter e facebook já tem sistemas próprios. Integrá-las pode, em alguns momentos, transformar tarefas que seriam fáceis, em confusões sem tamanho.

Outro ponto contra o lifestreaming é a invasão de privacidade. E não se fala somente da violação da vida de quem posta, pública, etc., mas também da vida de quem está seguindo (adicionado, entre outros termos do mundo das redes sociais) este alguém. Há quem veja essa nova tendência como, no mínimo, algo excessivamente intrusivo. Porém, a contradição desta história é que, na internet, não há privacidade. Depois de colocado na rede, tudo vira propriedade pública.

Contudo esse conceito de lifestreaming vai ao encontro da ideia de que a web foi feita para conectar pessoas e não computadores. Que nasceu para ser uma rede de pessoas e não de máquinas e que desde sempre nós seguimos, ou deveríamos segiur pessoas, seja através de blogs, fotologs, sites de relacionamentos ou até mesmo pela televisão. Não há como controlar ou prever que proporções o que foi publicado na internet tomará. Quem se sentir invadido, deve deixar de possuir uma vida virtual.

Micronarrativas: Os prós e os contras

Micronarrativas em movimento

Francine Bezerra / Letícia Tiemi


Micronarrativas são pequenos textos utilizados na literatura e que hoje ocupam espaço principalmente no webjornalismo. Eles usam ferramentas como o Twitter e Google Buzz, e sites como o VDM (Vida de Merda). São consideradas micronarrativas textos com até 150 caracteres contando letras, espaços e símbolos.
Por serem pequenas, as micronarrativas tornam a leitura rápida e dinâmica, o que proporciona a objetividade e a rapidez na informação, necessária nos dias atuais, por causa da rotina cada vez mais acelerada e exaustante. As pessoas chegam em suas casas cansadas e não querem “perder” seu tempo lendo notícias, textos ou contos muito grandes.
De acordo com Marcelo Spalding, do site Digestivo Cultural, no texto “Micronarrativas e Pornografia”, as micronarrativas podem ser comparadas ao orgasmo, porque apesar de serem curtos, são prazerosos e atingem o objetivo. Ele defende a idéia de que as pessoas estão se acostumando com esse novo jeito fugaz de literatura.
Muitas pessoas não concordam com Marcelo Spalding. Elas defendem um tipo de jornalismo com mais profundidade, com base em pesquisa. Com isso, poderiam classificar as micronarrativas como superficiais. Elas usam o Twitter mais como entretenimento do que como uma forma de se encontrar notícia. Com essa onda de crescimento em entreter e informar o governo mexicano planeja aprovar uma lei, na qual as pessoas podem receber multas por apoiar o descumprimento de alguma lei, avisando-os por meio dessas ferramentas.
Jornalisticamente as micronarrativas são pobres em informação, perdendo a credibilidade da notícia. No Twitter e no Google Buzz, todos podem postar o que quiser. Por isso as pessoas acabam não acreditando em muita coisa que é colocada nesse novo mundo virtual do jornalismo. Cabe aos jornalistas que investem nesse tipo de rede provar que podem dar notícias confiáveis e boas mesmo com redução tão visível de caracteres.
Por outro lado, o que chamamos de lead no jornalismo também é considerado uma micronarrativa, assim como a linha fina, que nada mais é que um subtítulo que busca explicar um pouco mais do título. Do ponto de vista jornalístico as micronarrativas constituem uma importante ferramenta.
Analisando os fatores prós e contras verifica-se a importância das micronarrativas para a sociedade contemporânea. Sem deixar de lado o grande valor que cultivamos ao longo de nossas vidas, que é ler sem importar o tamanho. Não podemos deixar que a preguiça e o desânimo nos impeçam de desfrutar o prazer de ler um bom livro ou folhear páginas de uma revista ou de um jornal quando se há tempo para fazer isso.
Para o jornalismo as micronarrativas se tornam importantes no sentido da rapidez na disseminação do conteúdo variado e da maior liberdade de expressão entre os internautas para publicar suas ideias e os fatos do dia-a-dia. Mas é claro que no jornalismo tudo tem que ser apurado em qualquer gênero e meio de comunicação.

Web invisível e seus novos desafios

Web invisivel: Google prepara ferramenta para facilitar acesso
Camila Beranger e Bruno Naure
Segundo o artigo Invisível, Oculta ou Profunda?-A Web que poucas ferramentas enxergam de José Paulo de Araújo, o termo invisível traz a conotação de que algo pode estar completamente inacessível, mas, nem toda a informação na Web está de fato fora do alcance. Basta que saibamos qual ferramenta usar para localizá-la. Na opinião de Araújo, melhor seria, portanto, dizer que existe uma significativa parte da Web que está oculta para os motores de busca mais populares.
José explica que existe de fato uma Web que poderia ser chamada de Invisível. Ela é composta principalmente de bancos de dados, os quais o acesso é permitido apenas o pagamento e/ou inscrição. Por serem guardados em diretórios protegidos por senha, eles se encontram fora do alcance dos motores de busca.
Nos últimos anos o Google vem investindo na pesquisa de ferramentas para tornar a web invisível mais acessível para seus usuários, o googlebot, o sistema desenvolvido pela empresa Americana usa um novo tipo de armazenamento de dados diferentes das ferramentas de busca comuns.
No ano 2000 estimava-se que o espaço ocupado pela web invisível era de 7.500 terabytes.
Porém, essa nova tecnologia deve durar apenas alguns anos, já que as empresas que utilizam a web invisível devem criar novos filtros para devolver suas páginas novamente à invisibilidade.
Não sabemos ainda se isso é bom ou ruim, se por um lado o fácil acesso a web invisível facilitaria as buscas por informações diversas, por outro, traria a tona informações que não são de interesse publico no momento e podem colocar em risco a segurança em alguns casos, como por exemplo, os sistemas online de informações do exército.
Resta a dúvida de como é que essas ferramentas serão desenvolvidas e utilizadas por seus usuários e de como as empresas que utilizam a web invisível vão se proteger contra o “ataque” das novas ferramentas de busca.