Por Ariane Noronha, Eric Bruno, Giselle Fornazza e Larissa Murata
Cerca de 170 mulheres e menos de 10 homens lotaram o anfiteatro do Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi, em Suzano, no debate “Mulher e Mídia”, que aconteceu as 19h30 do dia 22/3. Eram, na maioria, mulheres do curso de pedagogia da Unisuz (Universidade de Suzano), poucos alunos do curso de jornalismo, alguns jornalistas da mídia local e fotógrafos.
No começo do evento aconteceu uma apresentação de ballet e logo em seguida começou a apresentação principal, por meio de Power point. A condutora da palestra foi a jornalista, um tanto quanto atrapalhada, Terezinha Vicente.
Uma palestra morna e sem muitas novidades aos convidados. Dados já ultrapassados e aquilo que todo mundo já está cansado de saber: a rede Globo domina os meios de comunicação.
A palestra, como tinha o foco no tema “Mulher e mídia”, retratou o tempo todo essa relação de forma amena. Na apresentação, foram destacados alguns programas televisivos que remetiam a imagem do ser feminino ao preconceito, de que na mídia a mulher sempre aparece com os mesmos papéis, como responsável por passar, cozinhar, além da submissão à classe masculina.
A palestra, que deveria explorar mais o tema e levar aos espectadores novidades sobre o assunto, não revelou nada a mais do que a sociedade está cansada de saber, de ver, de acompanhar pela mídia, que leva a questão em um tom mais engraçado, descontraído ao público.
No final da palestra houve um debate, no qual a platéia podia fazer perguntas à palestrante. Poucos homens compareceram à palestra e estes apresentaram questionamentos que remetiam ao machismo, como alegar que o ser masculino possui mais força que a mulher, por exemplo. Na ocasião, estes ainda lançaram uma pergunta: Como as mulheres, que comprovadamente são a maioria da população mundial, não conseguem liderar a sociedade? A questão polêmica causou um pequeno tumulto, principalmente entre as mulheres, que reconheceram que estas únicas palavras de um dos homens presentes havia um tom de machismo.
Terezinha defendeu a teoria de que a sociedade ainda era muito machista, e que isso vinha de tempos atrás, do poder da igreja, de batalhas de força física, nas quais sempre a mulher ficava em desvantagem. Hoje em dia mulheres batalham muito por isso e aos poucos conquistam seu espaço.
Outro questionamento foi o fato de que desde cedo a imagem da mulher é usada “sexualmente” na mídia, um “produto” fácil de vender. A palestrante, assim como muitas mulheres presentes, demonstrou indignação ao concordar, que nós mesmos como sociedade induzimos que isso aconteça. Segundo ela, o melhor a se fazer, seria desde cedo mudar este pensamento machista que a sociedade impõe diariamente.
Ao finalizar o debate, a palestrante chegou a conclusão de que muito tem que ser feito pelas mulheres na sociedade e que, se cada um fizer sua parte, as mulheres conseguirão conquistar o mesmo espaço dos homens, afinal, ela acredita se tratarem de forças iguais.
Março Lilás
A palestra “Mulher e Mídia” fez parte do Março Lilás, um projeto que teve como objetivo aprofundar debates sobre questões feministas. O evento realizado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, em parceria com a Prefeitura de Suzano e entidades sociais, realizou durante todo o mês várias atividades.
No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, ocorreu a abertura oficial do Março Lilás com o debate sobre o papel do sistema de saúde no combate à violência contra a mulher.
Para encerrar o mês de eventos foi realizada a Marcha Lilás, que percorreu ruas centrais da cidade para chamar a atenção da população sobre o tema.