terça-feira, 13 de abril de 2010

LIFESTREAMING: tudo em um lugar só


A web foi feita para conectar pessoas e não computadores; nasceu para ser uma rede de pessoas e não de máquinas

Francine Marcondes / Patrícia Toni

"É um registro online das atividades diárias de uma pessoa, tanto via feed direto de um vídeo [lifecasting], quanto o conteúdo online da pessoa, como posts em blogs, atualizações em redes sociais e fotos online." Assim é definido o lifestreaming por Paul McFedries, no World Spy, site de sua propriedade que é dedicado à busca e compilação de novas palavras e frases.

Em outras palavras, é um canal agregador que condensa todos os outros canais (twitter, flickr, facebook, youtube) em um único lugar, de onde é possível ver, ler e ouvir tudo que uma pessoa criou, e também mostrar aos outros tudo o que criamos. Esses sites que permitem juntar toda informação do que estamos fazendo na rede são quase um feed RSS, mas que pertencem somente a uma pessoa.

Além dos exemplos claros de lifestreaming, como FriendFeed e Tumblr, podemos ter uma noção de seu significado através do mini-feed do facebook. Ele funciona como uma espécie de linha do tempo de todas as suas atividades online. Esta nova ferramenta está mudando a maneira como participamos das redes sociais, gerando debates sobre as questões que vão de praticidade à violação de privacidade.

Há discussões sobre os prós e contras dessa ferramenta online que, apesar de facilitar a vida de quem procura seguir pessoas e acompanha e gosta do que aquela pessoa posta, fala ou faz, também pode ser considerada futuramente uma invasão de privacidade, já que tem como pretensão a função de empreender todas as vicissitudes de sua vida (online ou não).

Se por um lado o sistema de lifestreaming procura facilitar o uso de todas as redes sociais, por outro tende a confundir os usuários. As redes, por mais que se pareçam, têm objetivos e funções diferentes. Envolvê-las em um único contexto pode misturar assuntos que, muitas vezes, seriam mais facilmente entendidos cada um em seu espaço. Redes como twitter e facebook já tem sistemas próprios. Integrá-las pode, em alguns momentos, transformar tarefas que seriam fáceis, em confusões sem tamanho.

Outro ponto contra o lifestreaming é a invasão de privacidade. E não se fala somente da violação da vida de quem posta, pública, etc., mas também da vida de quem está seguindo (adicionado, entre outros termos do mundo das redes sociais) este alguém. Há quem veja essa nova tendência como, no mínimo, algo excessivamente intrusivo. Porém, a contradição desta história é que, na internet, não há privacidade. Depois de colocado na rede, tudo vira propriedade pública.

Contudo esse conceito de lifestreaming vai ao encontro da ideia de que a web foi feita para conectar pessoas e não computadores. Que nasceu para ser uma rede de pessoas e não de máquinas e que desde sempre nós seguimos, ou deveríamos segiur pessoas, seja através de blogs, fotologs, sites de relacionamentos ou até mesmo pela televisão. Não há como controlar ou prever que proporções o que foi publicado na internet tomará. Quem se sentir invadido, deve deixar de possuir uma vida virtual.

Micronarrativas: Os prós e os contras

Micronarrativas em movimento

Francine Bezerra / Letícia Tiemi


Micronarrativas são pequenos textos utilizados na literatura e que hoje ocupam espaço principalmente no webjornalismo. Eles usam ferramentas como o Twitter e Google Buzz, e sites como o VDM (Vida de Merda). São consideradas micronarrativas textos com até 150 caracteres contando letras, espaços e símbolos.
Por serem pequenas, as micronarrativas tornam a leitura rápida e dinâmica, o que proporciona a objetividade e a rapidez na informação, necessária nos dias atuais, por causa da rotina cada vez mais acelerada e exaustante. As pessoas chegam em suas casas cansadas e não querem “perder” seu tempo lendo notícias, textos ou contos muito grandes.
De acordo com Marcelo Spalding, do site Digestivo Cultural, no texto “Micronarrativas e Pornografia”, as micronarrativas podem ser comparadas ao orgasmo, porque apesar de serem curtos, são prazerosos e atingem o objetivo. Ele defende a idéia de que as pessoas estão se acostumando com esse novo jeito fugaz de literatura.
Muitas pessoas não concordam com Marcelo Spalding. Elas defendem um tipo de jornalismo com mais profundidade, com base em pesquisa. Com isso, poderiam classificar as micronarrativas como superficiais. Elas usam o Twitter mais como entretenimento do que como uma forma de se encontrar notícia. Com essa onda de crescimento em entreter e informar o governo mexicano planeja aprovar uma lei, na qual as pessoas podem receber multas por apoiar o descumprimento de alguma lei, avisando-os por meio dessas ferramentas.
Jornalisticamente as micronarrativas são pobres em informação, perdendo a credibilidade da notícia. No Twitter e no Google Buzz, todos podem postar o que quiser. Por isso as pessoas acabam não acreditando em muita coisa que é colocada nesse novo mundo virtual do jornalismo. Cabe aos jornalistas que investem nesse tipo de rede provar que podem dar notícias confiáveis e boas mesmo com redução tão visível de caracteres.
Por outro lado, o que chamamos de lead no jornalismo também é considerado uma micronarrativa, assim como a linha fina, que nada mais é que um subtítulo que busca explicar um pouco mais do título. Do ponto de vista jornalístico as micronarrativas constituem uma importante ferramenta.
Analisando os fatores prós e contras verifica-se a importância das micronarrativas para a sociedade contemporânea. Sem deixar de lado o grande valor que cultivamos ao longo de nossas vidas, que é ler sem importar o tamanho. Não podemos deixar que a preguiça e o desânimo nos impeçam de desfrutar o prazer de ler um bom livro ou folhear páginas de uma revista ou de um jornal quando se há tempo para fazer isso.
Para o jornalismo as micronarrativas se tornam importantes no sentido da rapidez na disseminação do conteúdo variado e da maior liberdade de expressão entre os internautas para publicar suas ideias e os fatos do dia-a-dia. Mas é claro que no jornalismo tudo tem que ser apurado em qualquer gênero e meio de comunicação.

Web invisível e seus novos desafios

Web invisivel: Google prepara ferramenta para facilitar acesso
Camila Beranger e Bruno Naure
Segundo o artigo Invisível, Oculta ou Profunda?-A Web que poucas ferramentas enxergam de José Paulo de Araújo, o termo invisível traz a conotação de que algo pode estar completamente inacessível, mas, nem toda a informação na Web está de fato fora do alcance. Basta que saibamos qual ferramenta usar para localizá-la. Na opinião de Araújo, melhor seria, portanto, dizer que existe uma significativa parte da Web que está oculta para os motores de busca mais populares.
José explica que existe de fato uma Web que poderia ser chamada de Invisível. Ela é composta principalmente de bancos de dados, os quais o acesso é permitido apenas o pagamento e/ou inscrição. Por serem guardados em diretórios protegidos por senha, eles se encontram fora do alcance dos motores de busca.
Nos últimos anos o Google vem investindo na pesquisa de ferramentas para tornar a web invisível mais acessível para seus usuários, o googlebot, o sistema desenvolvido pela empresa Americana usa um novo tipo de armazenamento de dados diferentes das ferramentas de busca comuns.
No ano 2000 estimava-se que o espaço ocupado pela web invisível era de 7.500 terabytes.
Porém, essa nova tecnologia deve durar apenas alguns anos, já que as empresas que utilizam a web invisível devem criar novos filtros para devolver suas páginas novamente à invisibilidade.
Não sabemos ainda se isso é bom ou ruim, se por um lado o fácil acesso a web invisível facilitaria as buscas por informações diversas, por outro, traria a tona informações que não são de interesse publico no momento e podem colocar em risco a segurança em alguns casos, como por exemplo, os sistemas online de informações do exército.
Resta a dúvida de como é que essas ferramentas serão desenvolvidas e utilizadas por seus usuários e de como as empresas que utilizam a web invisível vão se proteger contra o “ataque” das novas ferramentas de busca.