sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Bem-vindo ao deserto do real, via Meatrix

Cena depois que Léo toma a pílula vermelha

Uma paródia do filme The Matrix, de 1999, serve de mote para que algumas ongs relacionadas à alimentação levantem um problema que nunca é abordado pelas indústrias processadoras: o que efetivamente ocorre. A animação intitulada The Meatrix, feita em flash, resgata o ponto alto da obra "quase" homônima, no caso o encontro do touro Moofeus (Morfeus) e o leitão Léo (Neo), quando aquele oferece a possibilidade de se conhecer (ou não) a realidade, mas só depois da escolha entre uma pílula vermelha ou azul.

O filme parece ser uma interessante estratégia para mostrar os bastidores relacinados á produção e processamento de alimentos, neste caso com enfoque na produção de leite. Notadamente, Léo aceita após tomar a pílula vermelha e Moofeus, depois de dar as boas vindas ao "deserto do real", expõe alguns problemas geralmente desconhecidos do cidadão consumidor, como por exemplo a crueldade imposta aos animais, o uso de antibiótico fortalecendo a proliferação de germes mais resistentes, a produção massiva de poluição, e a destruição das comunidades de produtores não industrializados.

Veja a animação em Meatrix Brasil, bem como os outros dois da trilogia Meatrix

Livro grátis sobre democracia, jornalismo e tecnologia

Capa da publicação free em PdF

A pesquisadora Adriana Rodrigues capturou, via Jornalismo e Comunicação, a obra já disponível em PDF, “Democracy, Journalism and Technology: New Developments in an Enlarged Europe" , dos autores como Denis McQuail, Kaarle Nordenstreng, Peter Dahlgren e Nico Carpentier.

Apesar de ser um olhar sobre as reflexões, mudanças e emergências relacionadas ao âmbito europeu, muitos dos assuntos abordados —para não dizer todos— t ambém podem ser entendidos sob a perspectiva latino-americana, como por exemplo as contingências relacionadas à construção da identidade do jornalista, de Nico Carpentier, ou mesmo a fragmentação da retórica da mediação pública, de Jens E. Kjeldsen, entre outros.

A obra foi dividida em três partes, sendo a segunda —das pesquisas—, separada em seções como Journalism, Media, publics and active audiences, Media and becoming political, Media and space, Media ideology and culture, e Doing research.
Além de poder ser acessado pelo link, este texto foi instalado na seção "Biblioteca Free", deste blog.

Via: Gjol

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Que é uma amizade ?



<ensaios narrativos>

Eis a pergunta que tanto me faz pensar… principalmente quando me dou conta que tantas pessoas, não sabem o que é!
Será que podemos substituir um amigo? Há pessoas que acham que sim! Será que o nosso coração tem um nº limite de “armazenamento” de amigos? Há pessoas que acham que sim!
Há amizades que duram uma vida inteira, porque as pessoas se amam, porque se respeitam e acima de tudo porque dão valor à amizade.
Mesmo os amigos que não vemos durante muito tempo são amigos, nós sabemos que podemos contar com eles. Ou não?!
Ser humilde também faz de nós menos ou mais amigos, afinal a amizade é uma relação e numa relação devemos ceder
Podemos dedicar-nos a vários amigos… e não ser possessivo ao ponto de achar que ele/ela é só nosso!
Fico extremamente aborrecida quando vejo pessoas ingratas e sem humildade, para com aqueles que no fundo são os verdadeiros amigos!
É certo que amigos com “A” maiúsculo, são poucos, mas então porque é que a amizade não é estimada como deveria ser?
Será que as pessoas não se dão conta, que com o decorrer da idade vamos tendo mais conhecidos e menos amigos!? Não percebo e não entendo…

Há 100 anos...



Talvez ele seja mais bonito assim do que em suas memórias póstumas


<ensaios narrativos>

Enquanto mexia em uma caixa em casa, encontrei muitos livros que nem cheguei a ler talvez por imaturidade ou talvez porque aos meus 10,11 ou 12 anos não queria perder meu tempo no quarto enquanto o sol brilhava lá fora, afinal a infância é uma só e ela não volta atrás.
Há muito tempo não mexia nessa caixa, talvez por trauma ou por ter me esquecido dela assim como as músicas infantis e as brincadeiras.

No auge da minha infância meus professores obrigavam a ler livros chatíssimos, pelo menos para minha idade, e como todo mestre ele mandava a gente a fazer resenha, falar sobre os personagens principais e também a falar sobre o contexto do livro e como eu era uma garota muito esperta sempre apelava para meus pais, que quando crianças tiveram que ler e levavam a bagagem deles para a sala de aula. Vocês ainda acham que eu queria ler? Nunca! Muito melhor brincar de amarelinha, pega-pega, guerra de mamona do que ficar toda a tarde lendo. Então, encostei esses livros e eles ficaram lá: amarelando, empoeirando à espera que alguém entrasse no mundo que eles contavam.
Após alguns anos mudei-me de casa, guardei esses livros em uma caixa, e lá eles ficaram por muito e muito tempo. Afinal, toda vez que olhava para eles lembrava-me da professora obrigando a leitura desses livros, que à época eu considerava chatíssimo. Enfim, eu mal conseguia ler sem o dicionário!
Esses livros continuaram me traumatizando por muitos anos até o dia em que alcancei o colegial e eles me obrigaram a ler de novo, imagina se eu gostei da obrigação? Não, né!? Porém agora já estava velha demais para ficar fugindo, então, deixei o trauma de infância e descobri um mundo novo. Lá encontrei personagens memoráveis que contavam a história de um povo sofrido após guerras, escravidão, ou seja, a vida cotidiana de muitos brasileiros há 110, 120, 130 anos.
E não é que esse tal de Machado era legal? Assisti filmes, assisti adaptações e descobri a literatura brasileira, seja em prosa, seja em contos.
Capitu, Brás Cubas, Quincas Borba.... Esses personagens fizeram parte da minha infância, mas sequer notei a presença deles, porém aos meus 17 anos eles me ensinaram a ler e acreditar que, nós brasileiros, temos muita cultura e que devemos valorizar o que nós produzimos para depois apreciar a literatura estrangeira.
E não é que há 100 anos esse tal Machado de Assis morreu? Vai falar que você não leu nenhum livro e que provavelmente foi obrigada por alguma professora chata que achava que aos seus 10 anos você iria querer ler a história de uma cara que morreu e resolveu contar a suas memórias póstumas? Pois é, eu assim como você não li na minha infância, mas dei uma chance para o Sr. Brás quando mais velha e aprendi muita coisa, principalmente a malícia de um povo.
Dia 29 de setembro faz um século que Machado de Assis morreu, porém mais que ontem a literatura dele está presente no nosso dia-dia, mas existe o momento certo para todos conhecermos os livros e contos desse ilustre autor e quem sabe esse não é o seu?
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:: Bruna Tonel

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Um corvo nos ensaios narrativos

Corvo pensador, selo dos ensaios narrativos localizáveis neste blog

Ah se os corvos falassem! Eles grasnam, mas o jornalista e escritor Edgar Allan Poe conseguiu interpretar o que um deles insistentemente repetia após entrar na casa do Dr. Erasmus Craven que, triste e amargurado, lamenta a ausência da amada esposa Lenore.

Quem não leu, precisa ler "O Corvo", poema que tem por trás de si uma história que só fui descobrir após ver o filme com Vicente Price, Peter Lorre, e Boris Karloff, atores que ficaram na história do cinema de terror. A geração atual não viu e para ver precisa garimpar. Tudo isso, para informar que os textos constantes neste blog e que tenham a imagem deste corvo (foto) na realidade forma acionados por estudantes de jornalismo, sedentos por uma escrita mais livre.

Este corvo, encontrado na web com o nome apócrifo, foi renomeado aqui como "Corvo Pensador", parodiando o corvo de Poe. Este não fala tão bem, mas pensa! Pensa andando pelo campo com uma palha no bico, sem temor, mergulhado em reflexões. De bota preta —para combinar com seu fraque—, passeia com classe, à espera daqueles que se propuseram a fazer um vôo diferente. O corvo pensador é o selo que brinda os textos de uma experiência com narrativas feita com estudantes de jornalismo.

A este registro soma-se o convite para que leiam e comentem, pois ao fazerem isso estarão contribuindo com muitos repórteres que —objetivando fugir das papagaiadas estruturais— desejam um dia falar tão bem quanto o corvo de Poe. Never more, dizia o corvo, brincando com o sumiço de Lenora, na realidade uma sugestão de trocadilho que Poe oferece em relação às palavras raven/never, uma sendo o espelho da outra.
Afinal, Poe foi um semiótico! E segundo Décio Pignatari, semiótica é uma ciência que ajuda a ver. Aqui, o corvo, a semiótica e o esforço dos repórteres visam experimentar o pensamento e a escrita. Para acessar todos os textos com o selo do corvo, basta fazer busca no blog por meio da palavra "ensaios".

Estadão permite sondar promessas de políticos

Protocolo de acesso às promessas políticas
Texto de Rodrigo Savazoni, capturado e postado por Marcos Palácios no Gjol, mostrou que o Estadão organizou um bando de dados —especial eleitoral do Estadão.com— que permite checar as promessas dos políticos.Esta idéia houvera sido exposta pelo editor do Folha Online no evento que ocorreu entre 9 e 11 de setembro, no MediaOn, no Itaú Cultural, sob o mote " Jornalismo online e as eleições.

A reportagem do webjorsuperação estava lá e ouviu ao vivo em uma palestra, mas o Estadão parece ter acionado isso primeiro. Pelo tempo que vai do evento até a publicação da postagem, o tempo seria extremamente curto para amealhar tanta informação, ou então o Estadão está com uma equipe sagaz ao extremo. Por outro lado, o que chama a atenção é o furo que o Estadão acabou dando na Folha.

Recebendo notícias via feed, o webjorsuperação foi até o Gjol e postou o comentário (abaixo) dessa hipotética porém não coincidente associação do que fora dito no evento e do que o jornal materializou, tal como mostra a imagem deste post.
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1 Comments:

Blogger webjorsuperacao said...

Xiiiii o Estadão furou a Folha Online.
Eu ouvi no MediaOn(jornalismo online e Eleições), por meio do editor o Folha Online, que eles estavam montando um Banco de Dados como esse.
Pois é! Tinha alguém do Estadão no evento e agiram rápido ou a tempo.
Vamos ver o que a FolhaOnline vai fazer.
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@_@"
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10:57 AM

Regurgitofagia

Jornalista é como Gregor Samsa, de Kafka, após a metamorfose

<ensaios narrativos>

É sempre delicado falar do futuro. No entanto, exponho minha visão da merda toda quanto a essa profissão (que admiro, porém, em muitos aspectos, não me diz respeito).
O jornalismo só me interessa enquanto ferramenta social e de desenvolvimento crítico de pensamento revolucionário - peguei pesado? Nem de longe... Falo não de um fato em si, mas do jornalista e a mediocridade sempre em pauta.De repórteres engravatados com almas vendidas para grandes empresas de comunicação o mercado está cheio. Tenho admiração pelo jornalismo literário, pelas vertentes do new jornalism, como Truman Capote e Gay Talese, as grandes reportagens em quadrinhos de Joe Sacco e pelo jornalismo Gonzo de Hunter Thompson (que conheço pouco, mas muito me interessa).Gosto de ler textos incisivos, escritos a la Jack Kerouac, ou Charles Bukowski - ok, não são jornalistas -, sem pudor castrativo ou toda a baboseira sobre objetividade.
Considerando as circunstâncias em que a sociedade se encontra, com o acesso a informação cada vez mais viável à população é evidente que o comunicador social, mais que apenas o jornalista, esteja preparado para se posicionar e criar um estilo. Mas não essa história de ter um bordão pra fechar matérias ou perfil de polêmico sem causa. Estilo no sentido de escrever de maneira livre e sem a postura de quem tem uma grande empresa monitoradora - e manipuladora - por trás. Então ouço que isso não configura o jornalismo... perco o tesão. Como a instituição em que estudo e sua opção de delimitar o âmbito das matérias dos alunos ao tema do terceiro setor, ou ouvir de um professor "-Você tem que de submeter àquilo que lhe for designado. É assim que funciona o mercado". Descobri que o tal "mercado" é burro, o que foi uma enorme decepção. Não pretendo escrever sobre temas de interesse geral por mera conveniência. Alguns nichos me interessam, e é pra lá que eu vou.

Novas Possibilidades

A televisão já não me atrai há tempos. Me chamam de alienado, mas é uma questão de preservação da própria saúde: A TV me provoca náuseas. Não quero citar os já exaustivamente explorados temas de sensacionalismo promovidos pela mídia - em especial a televisiva. Então, um suporte em especial me parece boa alternativa de busca de informação, sem a passividade da televisão: a web.Antes de fazer previsões que possam misturar fatos com posições mal fundamentadas, devo atentar para alguns fatos: o aumento de pessoas com acesso à internet é considerável, porém ainda é uma parcela extremamente pequena da população que goza do acesso a esse recurso da tecnologia; mesmo com a proliferação das lanhouses, não se pode esperar da grande maioria dos internautas o uso correto e funcional da web, uma vez que é muito comum ver jovens freqüentando estabelecimentos de serviço de acesso à Internet somente para conversar com amigos por msn ou então para utilizar a grande pseudo-comunidade de relacionamentos Orkut. Portanto podemos concluir que mesmo desta pequena parcela da população que tem acesso à internet, não é possível extrair uma resposta quanto ao acesso à informação, uma vez que não há uma educação significativa voltada para esta mídia. Esse processo ainda se dará lentamente até que parte significativa da população tenha acesso à Internet, e de modo aproveitável. Logo, fica claro que a atuação do jornalista é imprescindível para ordenar as informações e disponibilizá-la ao público. É evidente que está sofrendo alterações em sua estrutura, o que só vem a confirmar o fato de que a profissão está em desenvolvimento, em transformação. Isso é ponto positivo. O jornalismo acompanha a evolução da tecnologia em velocidade proporcional à adequação da internet à sociedade.
Este é o caminho do jornalismo: desenvolver novas ferramentas que permitam acompanhar a evolução das novas tecnologias. O que é necessário para que haja um crescimento sem haver inchaço é a educação por parte do público de saber praticar a "regurgitofagia", como propõe de forma divertida o poeta Michel Melamed em sua peça teatral: expelir toda a informação que nos é apresentada, associar, organizar e então digerir novamente aquilo que é útil para nossa formação. Acredito que o novo jornalista esteja caminhando para ser este profissional que não deixará transbordar a informação como mero produto para ser consumido e jogado fora como qualquer coisa que compramos num supermercado.Infelizmente isso é apenas uma visão romantica, pois minha admiração pelo jornalismo fica nas pequenas ações de casos isolados.

Andre Almeida